O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que conversou neste domingo (27) por mais de duas horas com o presidente russo Vladimir Putin, ocasião em que falaram sobre o conflito do país com a Ucrânia. A Rússia invadiu o país vizinho na última quinta-feira, ação que tem sido criticada por diversos países. Bolsonaro, no entanto, não fez quaisquer críticas a Putin e afirmou que o Brasil adotará uma posição de neutralidade.
“No meu entender, nós não vamos tomar partido. Vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução”, disse em entrevista coletiva em Guarujá, litoral paulista, onde passa o recesso do carnaval. O presidente afirmou que a conversa com Putin foi amistosa e que houve até momentos de descontração.
“Ele gosta de motocicleta, outro esporte que ele faz e eu faço também. Quatro pessoas (na conversa). Falei no final que a conversa morreu aqui. É uma questão estratégica, que interessa para o nosso Brasil. Não posso abrir tudo que eu converso por aí. É quase como intimidade de casa com respectiva esposa ou esposo. O que posso dizer é que Putin tem um carinho grande conosco, é um país extremamente importante. A Rússia tem o dobro da área do Brasil”, afirmou.
Neste domingo, Bolsonaro pediu cautela em relação às sanções, dizendo que se for algo do interesse do Brasil, votará de forma contrária na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
“O voto do Brasil não está decidido ou atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre. Quando se fala em sanções econômicas, cada país coloca na mesa algo que quer que fique de fora. Alemanha, por exemplo, não aceita sanção econômica do gás. EUA também tem a área que eles não aceitam discutir sanção. O Brasil, nós savemos que a cadeira nossa não é permanente, mas temos voz e voto”, afirmou.