Fabricante projeta 20 milhões de autotestes em farmácias do país ainda em fevereiro

CPMH se tornou a primeira a receber autorização da Anvisa para comercializar os exames de Covid no Brasil

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Com a aprovação do primeiro autoteste contra a Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é que, ainda em fevereiro, o Brasil tenha nas prateleiras das farmácias e estabelecimentos de saúde licenciados aproximadamente 20 milhões de exames para venda à população. Os preços vão variar de acordo com cada estabelecimento, mas a empresa responsável pela distribuição no país, a CPMH Produtos Hospitalares, prevê cobranças menores do que as praticadas no mercado internacional e comparadas com os testes realizados em laboratório.

O responsável técnico da empresa, Rander Avelar, declarou ao portal R7 que, por não ter o serviço agregado de um profissional de saúde, “é lógico e o racional que o custo para o indivíduo seja menor do que o de um teste profissional feito em uma farmácia ou laboratório”. É possível encontrar testes rápidos em farmácias na faixa de R$ 50 a R$ 150.

O produto que obteve o aval da Avisa recebeu o nome de Novel Coronavírus (Covid-19) Autoteste Antígeno. Ele é produzido pela empresa chinesa Bioscience (Tianjin) Diagnostic Technology. A autorização da Anvisa saiu nessa quinta-feira, após a reguladora entender que foram atendidos os critérios técnicos de qualidade e desempenho definidos pela agência e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Na avaliação de Avelar, a primeira remessa que vai chegar ao país ainda representa “uma quantidade muito pequena frente à necessidade de testagem nacional”, mas novas requisições podem ser feitas de acordo com a demanda. O responsável técnico avalia, no entanto, que é provável que outras empresas também obtenham autorização da Anvisa, aumentando a oferta.

Dos 69 pedidos de registros de autotestes junto à reguladora, 34 já foram distribuídos para a área responsável, 17 seguem aguardando mais documentos para prosseguir com o processo, 10 foram reprovados, dois permanecem em análise e quatro tiveram a avaliação concluída, aguardando publicação no Diário Oficial da União (DOU). Essas avaliações pendentes de publicação oficial podem ter sido positivas ou negativas quanto à concessão de registro.

Como funciona o autoteste

Apesar de o autoteste ser parecido com os testes rápidos já disponibilizados em farmácias, Avelar pondera que há diferença entre os produtos e, por isso, é necessário o registro de cada novo exame. “Não se trata do mesmo teste com apenas outra bula para o indivíduo fazer o autoexame. É um produto que adaptado, com estudo de usabilidade para que o consumidor possa utilizá-lo da forma correta.”

Neste caso, por exemplo, o cotonete usado para a extração da amostra é menor do que os usados em laboratório. Além disso, eles são específicos para coletas pelo nariz, sem avançarem para a faringe. “Tudo é pensado para que o consumidor possa utilizá-lo de forma correta, diminuindo o risco de erro”, explica.

A indicação na bula é que o autoteste seja utilizado entre o 1° e o 7° dia do início de sintomas (como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores de cabeça e no corpo). Caso a realização do exame ocorra porque o indivíduo, sem sintomas, teve contato com alguém que testou positivo, a recomendação é que se aguarde cinco dias para realizar o autoteste.

Cada caixa do produto vai incluir um exame de antígeno, contendo um cotonete nasal, um tubo com a solução para que a amostra seja diluída, o cartão que aponta o resultado, além da bula. Em até 15 minutos o exame mostra se a pessoa está ou não com Covid-19. A empresa esclarece que os autotestes servem como triagem, e não para indicação de diagnóstico, “sendo necessário, no caso de um resultado positivo, que o indivíduo procure a unidade mais próxima de saúde para confirmar o diagnóstico”.

A CPMH também disponibilizou uma central de atendimento com profissionais de saúde para orientar sobre o uso correto do teste. O contato pode ser feito por email, 0800 e Whatsapp. Na caixa e nas instruções de uso há um QR Code para que o consumidor possa acessar um vídeo ilustrativo. “É um outro recurso para que o indivíduo possa realmente compreender a maneira correta da utilização do auto teste”, disse o responsável técnico, chamando a atenção para a necessidade da leitura da bula. “Acreditamos que essa ferramenta pode auxiliar no combate à pandemia.”