Bolsonaro decide não prestar depoimento na PF nesta sexta

A AGU apresentou um agravo contestando a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o depoimento

Foto: Isac Nóbrega / PR

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), decidiu não prestar depoimento na Polícia Federal nesta sexta-feira. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes havia determinado a oitiva, nessa quinta-feira, no âmbito de um inquérito que apura se Bolsonaro vazou documentos sigilosos da PF.

Conforme apurado pelo R7, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com um pedido de agravo contestando a decisão de Moraes baseado no direito de o depoente não comparecer à oitiva. O AGU, Bruno Bianco, chegou à Superintendência da PF, em Brasília, pouco antes das 14h, horário marcado para a oitiva, e apresentou um termo de declaração do presidente dizendo que o mandatário exerceu o direito de ausência e está representado pelo advogado.

O presidente já havia sido aconselhado por ministros a faltar ao depoimento e apresentar um agravo ao plenário do STF.

Mais cedo, o R7 mostrou que o presidente se reuniu com Bianco e com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Na ocasião, eles discutiam estratégias para evitar o depoimento. O encontro não havia sido incluído na agenda de nenhum dos três, mas ocorreu poucas horas antes do horário marcado por Moraes para a oitiva.

Depoimento

Bolsonaro é investigado por ter divulgado documentos sigilosos de um inquérito que corre na PF para apurar acessos indevidos aos softwares — programas — da urna eletrônica. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a invasão não comprometeu as eleições, e os dados acessados pelos atacantes se referem a um município específico do Rio de Janeiro. A divulgação por parte do presidente ocorreu em agosto do ano passado, pelas redes sociais, quando ele publicou a íntegra do inquérito.