AGU deve entrar com novo agravo para suspender depoimento de Bolsonaro

Presidente e ministros discutem o que fazer diante de recurso negado por Alexandre de Moraes

Bolsonaro destacou que quer paz e, só assim, haverá ordem e progresso | Foto: ALAN SANTOS / PR / CP

Junto a ministros, o presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia os novos passos em relação ao depoimento dele, marcado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) para esta sexta-feira. A Advocacia-Geral da União (AGU) deve entrar com novo agravo no processo.

No início da tarde, o ministro negou um primeiro recurso, contestando a decisão. Moraes afirmou que a AGU perdeu o prazo para questionamento. Ele destacou que o agravo chegou apenas 11 minutos antes das 14h, horário inicialmente previsto para a oitiva.

A expectativa é de que o novo recurso seja submetido ao plenário da Corte, embora tenha de passar pelo relator do caso — que é Alexandre Moraes. Bolsonaro também avalia prestar depoimento, na segunda-feira, a fim de evitar uma escalada de tensão entre os poderes.

O ministro pode, também, tomar nova decisão assim que for notificado pela Polícia Federal de que o presidente não compareceu ao depoimento. Um dos temores é de que Moraes entenda que houve descumprimento de ordem judicial ou, até mesmo, crime de responsabilidade.

De acordo com o portal R7, a hipótese de condução coercitiva também é avaliada nos corredores do Supremo. Embora a Corte tenha vetado a prática para réus e investigados, existe uma corrente do tribunal que avalia que pode haver exceção quando o comparecimento do convocado é imprescindível para o avanço da investigação.

Inquérito

Bolsonaro precisa prestar esclarecimentos no âmbito de um inquérito que apura se ele vazou, em uma live, documentos sigilosos da PF sobre um inquérito envolvendo ataques ao sistema eletrônico de votação.