OMS prevê possível fim da fase aguda da pandemia de Covid-19

Diretor da organização, no entanto, ressalta que ômicron não deve ser última variante do coronavírus

Foto: Débora Barreto/Fiocruz

É possível acabar com a fase aguda da pandemia de coronavírus ainda neste ano, afirmou hoje o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora, conforme a entidade, atualmente a Covid-19 provoque uma morte a cada 12 segundos no mundo. “Podemos acabar com a Covid-19 como emergência sanitária mundial”, o nível de alerta mais alto da OMS, declarou Tedros Adhanom. As informações foram divulgadas pela Agência France Presse (AFP).

No entanto, o responsável alertou que é “perigoso supor que a ômicron (variante muito transmissível) vai ser a última”, porque as condições são “ideais” no mundo para que outras variantes surjam, inclusive outras mais virulentas e transmissíveis. Para acabar com a fase aguda da pandemia, os países não devem ficar de braços cruzados e são obrigados a lutar contra a desigualdade na vacinação, vigiar o vírus e as variantes e aplicar restrições adaptadas, explicou o especialista, na abertura do comitê executivo da OMS, que se reúne toda semana em Genebra. Na África 85% da população recebeu só uma dose da vacina, destacou.

Tedros Adhanom pede há semanas insistentemente aos Estados-membros que acelerem a distribuição de vacinas nos países pobres, com o objetivo de conseguir vacinar 70% da população de todos os países do mundo em meados de 2022.

Metade dos 194 Estados-membros da OMS não alcançou o objetivo de chegar a 40% da população vacinada no final de 2021, segundo a instituição. Enquanto isso, o coronavírus continua fazendo vítimas. Na semana passada, a cada três segundos foram registrados 100 novos casos, segundo o diretor da OMS.

O surgimento da variante ômicron em novembro disparou o contágio. Desde então, foram contabilizados 80 milhões de infectados, e o número de mortes aumentou, sobretudo na África, embora que não na mesma proporção

“É verdade que viveremos com a Covid (…), mas aprender a viver com ela não deve significar que temos que deixar o caminho livre. Não deve significar que temos que aceitar que 50 mil pessoas morram toda semana devido a uma doença que podemos prevenir e nos recuperar”, disse.