A Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) informou nesta quinta-feira ter prolongado a suspensão voluntária das operações nos portos brasileiros até 4 de fevereiro.
A entidade tomou a medida após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter recomendado ontem a suspensão definitiva da temporada de cruzeiros turísticos no país, em razão do “aumento exponencial” de casos de Covid-19 nessas embarcações, principalmente entre os tripulantes.
A Clia já havia suspendido temporariamente as operações, depois que a Anvisa recomendou a medida em 31 de dezembro após verificar que o navio MSC Splendida, atracado no porto de Santos (SP), e o navio Costa Diadema, atracado em Salvador, interromperam as atividades devido a surtos de Covid-19 a bordo.
Segundo a Clia, a decisão de estender a suspensão temporária, no lugar de uma interrupção definitiva da temporada, busca a “continuidade das discussões com as autoridades competentes a fim de alinhar as medidas necessárias para a retomada” das viagens.
Em nota, a associação disse que o setor de cruzeiros adota protocolos mais rígidos do que a maioria das indústrias, sendo o único que monitora e coleta os casos de Covid-19 e os relata continuamente aos órgãos competentes. De acordo com a Clia, todos os tripulantes e passageiros devem estar vacinados e apresentar testes negativos para a doença para que possam embarcar.
“Dada essa supervisão e a taxa excepcionalmente alta de vacinação exigida a bordo, a incidência de doenças graves é dramaticamente menor do que em terra”, disse a associação, que considera raros os casos de hospitalização.
Segundo a Anvisa, contudo, somente até o dia 6 de janeiro foram reportados 1.177 casos positivos de Covid-19 entre tripulantes e passageiros, caracterizando um aumento expressivo de contaminações.
Durante toda a atual temporada de cruzeiros, que se iniciou em novembro, a estimativa era de desembarque de 360 mil turistas em portos brasileiros, movimentando R$ 1,7 bilhão. Somente em um dos principais terminais de passageiros do país, o Píer Mauá, no Rio de Janeiro, estima-se que 25 mil turistas deixarão de circular até 21 de janeiro.
