Ministério da Saúde pede à Anvisa liberação para autoteste de Covid-19

O autoteste de antígeno é o mesmo oferecido hoje nas farmácias, que têm tido uma demanda alta com o aumento de casos

Foto: Alina Souza/CP

O Ministério da Saúde informou ter encaminhado, nesta quinta-feira, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma nota-técnica com pedido de autorização dos autotestes para diagnóstico de Covid-19. A solicitação oficial ocorreu após a busca por exames ter disparado diante da disseminação da variante ômicron.

Na nota-técnica a pasta justifica que, no contexto pandêmico atual, com a circulação de novas variantes, em especial da ômicron, que é mais transmissível, a procura por diagnóstico aumentou de forma exponencial na rede assistencial de saúde.

“A autotestagem é uma estratégia adicional para prevenir e interromper a cadeia de transmissão da Covid-19, juntamente com a vacinação, o uso de máscaras e o distanciamento social. Os autotestes podem ser realizados em casa ou em qualquer lugar, são fáceis de usar e produzem resultados rápidos”, completa a nota.

Na quarta-feira, o ministro Marcelo Queiroga havia falado sobre a necessidade de garantir que os diagnósticos positivos da doença sejam informados às autoridades sanitárias, a fim de cumprir com a notificação compulsória.

Por determinação da Anvisa, no Brasil não é permitida a venda de exames de antígeno para serem feitos em casa. Apenas as farmácias, além da rede do SUS, podem realizar o procedimento. Com uma sensibilidade considerada alta, o exame é feito com a coleta de material do nariz com um cotonete ou por saliva. O autoteste, além de ter sensibilidade menor que a de outros exames (como o PCR), está sujeito a erro por parte do paciente não treinado. Em países como Estados Unidos e Inglaterra, os testes já são vendidos para que as pessoas os tenham em casa.

Na Inglaterra, por exemplo, o governo disponibiliza gratuitamente o autoteste e o envia para a casa das pessoas. Algumas escolas do país exigem que os pais façam o teste nas crianças algumas vezes na semana no período letivo.

O Ministério avalia que ter o autoteste em casa pode ajudar mais gente a testar, mesmo que ele não tenha a mesma eficácia do diagnóstico feito por um profissional de saúde. “A mensagem é que o autoteste é uma ferramenta de apoio e não substitui o diagnóstico do profissional de saúde. A pessoa deve fazer o teste e, caso esteja com sintomas, deve ir ao posto de saúde ou hospital se certificar do diagnóstico”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, no início desta semana.