“A pressa é inimiga da perfeição. O principal é a segurança”, diz Queiroga sobre vacinar crianças

Ministro da Saúde projetou "análise detida" do assunto e decisão para início de janeiro de 2022

Foto: Walterson Rosa / Ministério da Saúde / CP

Dois dias depois de anunciar a redução do intervalo de aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19, de cinco para quatro meses, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou nesta segunda-feira que a decisão sobre a imunização do público infantil ficará para janeiro de 2022.

“A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou a vacinação de crianças de cinco a 11 anos no dia 25 de novembro, já Portugal iniciou a campanha para este público nesse final de semana. É necessária que se faça uma análise detida (sobre o assunto). Após o dia 5 (de janeiro), haverá um posicionamento do Ministério da Saúde que será fundamentado em normas técnicas. Não é um comunicado público que vai fazer a Pasta se posicionar de uma maneira ou de outra. Eu preciso de toda a análise, da qualidade, da evidência científica, amostra de pacientes em ensaios clínicos. Nós temos que verificar tudo. A pressão é inimiga da perfeição. O principal é a segurança”, argumentou quando perguntado sobre a antecipação do processo.

Queiroga não soube dizer uma data específica para o início da campanha de vacinação para crianças. “Vocês (jornalistas) serão informados quando houver um posicionamento oficial. Mais transparente do que isso, impossível”, resumiu.

O ministro assegurou que o contrato firmado com Pfizer garante ao Brasil a chegada de até 700 milhões de doses de vacina até outubro de 2022. “O acordo com a Pfizer assegura o fornecimento de imunizante para todas as faixas etárias do programa nacional de imunização. Não tem isso de imediato, até porque não há premência (urgência) para isso. Tem que se fazer a análise técnica. Os pais terão a resposta no momento certo”, enfatizou. “Não podemos ter açodamento por causa de um documento de três páginas. Além disso, a sociedade científica não baliza a conduta do Ministério da Saúde”, acrescentou.