Federasul aposta em “otimismo cauteloso” no cenário de 2022

Crédito: Guiherme Almeida/CP

Se existe a expressão “otimismo cauteloso” ela pode servir para caracterizar as expectativas anunciadas nesta quinta-feira pela Federasul, durante encontro com a imprensa. As estimativas não se diferem muito de outras entidades empresariais, mas como ressaltou o presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, “estão mais otimistas”. Mas tudo pode depender de como vai evoluir o cenário eleitoral.

“Tudo pode se alterar quando descobrirmos quem estará ao lado dos candidatos à presidência em um possível governo. Identificado isso, o mercado dará sua sinalização e a economia será impactada”, comenta Cardoso.

No cenário projetado para 2022, a entidade aponta para uma expectativa de Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil com um crescimento de 1,13%, bem inferior ao estimado para o fechamento deste ano, de 4,81%. O mesmo ponto positivo aparece quanto ao previsto para o IPCA (Índice de Preços no Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, que sairia de 10,20%, em 2021, para 4,90% no próximo ano. A expectativa da cotação da moeda norte-americana ao final de 2022 não muda dos R$ 5,50 também estimados para este ano, mesmo com as variações sazonais.

Entretanto, é na estimativa da taxa de juros, a Selic, que mora o perigo. Dos 9,25% projetados pela área econômica da Federasul em 2021, este número sobe para 11,50% ao final do próximo ano. Para o Rio Grande do Sul, apostando na produção do agronegócio principalmente, a estimativa é de um crescimento de 2,04% no PIB, bem abaixo do esperado em 2021, de 7,66%.

Conforme o economista Fernando Marchet, vice-presidente da Federasul e coordenador do Núcleo de Economia da entidade, as condicionantes para que se confirme os indicadores se concentram na continuidade das políticas de privatizações, concessões de serviços públicos, reformas estruturais do estado, segurança jurídica e abertura econômica.

Entre os limitantes são apontados os gargalos de infraestrutura, a falta de avanços das reformas propostas pelo governo Federal, taxa de juros e inflação local e global, escassez e falta de mão de obra qualificada e, talvez fundamentalmente, o processo eleitoral.