O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, apresentou um estudo ao Ministério da Economia com a estimativa de que o reajuste salarial para integrantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Penal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) custe pelo menos R$ 2,8 bilhões ao Orçamento do ano que vem.
O levantamento de Torres também mostra uma previsão de quanto os reajustes aos policiais custarão aos cofres públicos até 2024. Segundo o documento, o impacto deve ser de R$ 11,1 bilhões nos próximos três anos: em 2023, a recomposição vai ser de R$ 4,13 bilhões, enquanto em 2024, de R$ 4,16 bilhões.
A recomposição salarial não vai ser feita de forma igualitária a cada uma das corporações. No ano que vem, o Depen, por exemplo, pode ter reajuste de aproximadamente 64%. Com a Polícia Penal, os custos vão aumentar em 44,5%; com a PF, em 27%, e com a PRF, em 17%. Cargos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que também serão reavaliados, terão o maior aumento previsto até então: 73%.
A recomposição salarial dos policiais é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro (PL), que fala em conceder um reajuste às forças de segurança federais desde o primeiro ano de mandato. Após não cumprir com a promessa nos últimos três anos, o chefe do Executivo intensificou os pedidos à equipe econômica em razão da proximidade com as eleições de 2022, quando ele vai tentar um segundo mandato.
O ofício do Ministério da Justiça e Segurança Pública deve ser analisado ao longo desta semana pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que vai decidir se concorda ou não com a proposta apresentada por Torres. Os dois conversaram sobre o tema nessa segunda-feira, quando Torres entregou o estudo ao economista.
Nesta terça-feira, em evento no Palácio do Planalto com a participação de Torres e autoridades policiais, Bolsonaro confirmou a intenção de aumentar os salários das forças de segurança e até convidou o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, e a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Tania Prado, para conhecer a proposta do governo.
“Algumas injustiças acontecem nas nossas vidas, reconheço, não quero eximir de responsabilidade, e nós temos que buscar corrigi-las. Se Deus quiser teremos uma reunião bastante profícua hoje à tarde onde possamos atender a todos vocês”, afirmou o chefe do Executivo.
Após o fim da cerimônia, Torres conversou com a imprensa e afirmou que o governo planeja a reestruturação. “Nossa ideia é reestruturar a carreira da PRF, criar uma carreira de verdade para eles, mudar algumas coisas nas carreiras da Polícia Federal, das carreiras de agente, escrivão, papiloscopista, delegado e administrativos e regulamentar e organizar a polícia penal”, detalhou o ministro.
“Toda reestruturação prevê uma diminuição aqui, aumento ali. É uma reorganização das carreiras, então isso existe. São diferentes as diversas categorias, a PRF apresentou o projeto dela, a PF apresentou o dela”, acrescentou.