Brasil deve ter mais casos de ômicron além dos já confirmados, declara Queiroga

Queiroga também afirmou que não se deve punir países que identifiquem variantes do vírus

Foto: Walterson Rosa / MS

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que “deve haver” mais do que 11 casos da variante ômicron no Brasil, no evento de inauguração do Biobanco Covid-19 (BC19) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta segunda-feira. Queiroga também afirmou que não se deve punir países que identifiquem variantes do vírus causador da Covid-19.

“Vivemos espreitados por outras possíveis variantes desse vírus, como é o caso da variante ômicron”, declarou. “Já foram identificados 11 casos aqui no Brasil e com certeza deve haver mais.” “Temos que aplaudir quem identifica essas variantes do vírus”, afirmou o chefe da pasta da Saúde sobre as nações que detectaram mutações do novo coronavírus. Para ele, isso acaba ajudando outros países a melhor se preparar para combater essas ameaças.

No entanto, conforme portaria publicada na quinta-feira, o Brasil mantém bloqueios de voos e viajantes vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A variante ômicron surgiu, pela primeira vez, na África do Sul e em Botsuana.

Bloqueios vêm sendo criticados pela OMS. A organização acredita que esses posicionamentos podem desincentivar países a relatar com prontidão descobertas relevantes sobre o vírus.

Queiroga ainda disse que o Brasil é “exemplo mundial em relação à campanha de imunização contra a Covid”. “Por isso, nos últimos seis meses, tivemos uma redução expressiva do número de casos e óbitos decorrentes da Covid, que resultou consequentemente numa menor pressão em nosso sistema de saúde e uma esperança de contermos o caráter pandêmico da doença.”

Biobanco
Localizado na zona Norte do Rio de Janeiro, o BC19-Fiocruz atende “à necessidade de disponibilizar uma infraestrutura adequada para o armazenamento seguro, confiável, ético, legal e rastreável de amostras humanas e não-humanas (vírus) relacionadas à Covid-19 e ao coronavírus Sars-Cov-2 e suas variantes de interesse para pesquisas, desenvolvimentos tecnológicos e inovação”, conforme a fundação.

O Biobanco vai ser capaz de armazenar aproximadamente 1,5 milhão de amostras e, após a pandemia, vai passar a trabalhar com outros vírus, bactérias, fungos e protozoários.

Conforme Queiroga, o investimento de R$ 40 milhões da pasta na instalação se justifica pela necessidade de preparação para eventuais pandemias no futuro. Compromisso firmado, inclusive, em reuniões do G-20.