STF julga retomada do orçamento secreto na próxima semana

Ministros votarão em plenário virtual a decisão de Rosa Weber que liberou a execução das emendas de relator

Foto: Rosinei Coutinho / STF / Divulgação CP

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para a próxima semana o julgamento da decisão sobre a retomada da execução das emendas de relator, que compõem o chamado ‘orçamento secreto’. Os ministros vão analisar o caso no plenário virtual da Corte, entre os dias 14 e 16.

Em novembro, a magistrada tinha suspendido os pagamentos sob o argumento de ausência de publicidade nos repasses financeiros e de regras claras para definir quem é beneficiado. No entanto, após o Congresso Nacional aprovar uma resolução com regras para dar mais transparência à aplicação dos recursos que são controlados pelo relator da Lei Orçamentária Anual (LOA), Weber determinou a liberação.

Segundo a resolução, a partir de 2022, “as indicações e as solicitações que as fundamentaram serão publicadas individualmente e disponibilizadas em relatório em sítio eletrônico pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e encaminhadas ao Poder Executivo”.

Apesar de autorizar a retomada da execução das emendas, a ministra determinou prazo de 90 dias para que o parlamento detalhe quais deputados e senadores foram contemplados com as verbas ao longo do exercício financeiro de 2021. Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tinha dado 180 dias ao relator do Orçamento deste ano, o senador Marcio Bittar (PSL-AC), para divulgar os nomes. Apesar de o prazo ter sido reduzido pela metade, ele garantiu que vai fazer o possível para cumprir a determinação de Weber.

A promessa de Pacheco representa um recuo do que havia sido afirmado por ele e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assim que Weber suspendeu os repasses. Na época, os congressistas informaram que não tinham como dar transparência às emendas repassadas a deputados e senadores que já foram executadas devido à “impossibilidade fática de se estabelecer retroativamente um procedimento para registro” das demandas recebidas pelo relator-geral com sugestão de alocação de recursos, o que dificulta o registro dos nomes dos parlamentares que participaram do ‘orçamento secreto’.