Advogados de Leandro Boldrini defendem que júri do caso Bernardo seja anulado

Justiça deve decidir sobre embargos até sexta-feira

Foto: Mauro Schaefer/CP

A defesa do réu Leandro Boldrini sustentou, nesta segunda-feira, a existência de nulidade no julgamento do caso Bernardo. Contudo, os advogados Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Grecellé Vares vão aguardar o julgamento dos embargos infringentes para, só depois, se manifestarem. O menino, então com 11 anos, teve o corpo encontrado em 2014, em Frederico Westphalen, no Noroeste gaúcho. Bernardo vivia em Três Passos com o pai, Leandro, e a madrasta Graciele Ugulini, ambos acusados de participação no assassinato.

Para os advogados de Leandro Boldrini, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) não respeitou e violou o direito ao silêncio do médico. Também sustenta que o júri tomou decisão contrária às provas, já que não existem, nos autos, elementos que demonstrem que o réu participou e queria a morte do filho.

Segundo os advogados, os embargos infringentes foram ingressados porque um dos desembargadores votou a favor da tese da defesa.

Em relação à madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, há um pedido de diminuição de pena, enquanto à Evandro Wirganovicz, acusado de cavar a cova onde o menino teve o corpo ocultado, também existe a possibilidade de nulidade do julgamento dele.

“A sessão virtual começou na última sexta-feira e dura até cinco dias úteis. Possivelmente o resultado teremos só na quinta-feira. As decisões serão publicadas de todos os processos. Temos de aguardar”, observou Vetoretti, nesta segunda-feira, à reportagem do Correio do Povo.

O julgamento virtual dos embargos infringentes ocorre no 1º Grupo Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).

“Não há nulidades no julgamento e a decisão do júri de Três Passos está em conformidade com a extensa e sólida prova indiciária. A nossa manifestação foi no sentido de desprover os recursos de todos os réus”, declarou a procuradora de Justiça Maria Ignez Franco Santos, responsável pelo parecer do MPRS no processo.

O MPRS havia pedido o adiamento da sessão para o dia 10 deste mês, com julgamento presencial, para sustentar oralmente o parecer. No entanto, teve o pedido negado pelo TJRS.

O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, recebeu pena de 33 anos e oito meses de prisão por homicídio doloso quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Já a madrasta, Graciele Ugulini, teve a pena fixada em 34 anos e sete meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. A amiga de Graciele, Edelvânia Wirganovicz, deve cumprir 22 anos e 10 meses de prisão e o irmão dela, Evandro, nove anos e meio.

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