No Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta quarta-feira, 1º de dezembro, o Ministério da Saúde lançou uma campanha nacional de combate ao HIV — vírus causador da Aids — que foca especialmente o público jovem. Dados divulgados pela pasta mostraram que a maior incidência de casos (52,9%) é registrada entre pessoas de 20 a 34 anos. Desse total, 69,8% são homens e 30,2%, mulheres.
“Esse público jovem precisa ser reincentivado, por meio de atuação mais ativa, a cuidar da saúde, muitas vezes deixada de lado durante a pandemia, e a fazer o diagnóstico precoce, inclusive como medida de prevenção. Isso porque com três a quatro meses de tratamento já é possível reduzir o risco de transmissão do HIV”, destacou o diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Gerson Pereira.
Por outro lado, de forma geral, houve uma redução de 25% na detecção dos casos de HIV em 2020 — 32.701 ocorrências — no comparativo com o ano anterior, quando foram registrados 43.312. E ainda houve uma queda na detecção de Aids em crianças menores de 5 anos nos últimos dez anos.
Outro número que chama atenção é o aumento de 30,3% nos casos em gestantes. “Esse dado reforça ainda mais o compromisso deste governo e do ministério com a vida, de trazer mais qualidade de vida para o cidadão no dia a dia por meio de uma saúde integral, de um SUS [Sistema Único de Saúde] fortalecido”, ressaltou.
Avanços e desafios
Durante coletiva de imprensa. na manhã desta quarta, o Ministério da Saúde informou que, apesar das dificuldades e dos desafios impostos durante a pandemia, não faltaram medicamentos nos últimos dois anos. “Já temos, inclusive, todas as compras de remédios garantidas para o próximo ano”, adiantou Gerson Pereira.
De acordo com o Ministério da Saúde, de 2012 a 2020, 666 mil pessoas estiveram em tratamento contra a doença. Atualmente, há 694 mil pessoas em tratamento.
No Brasil, há aproximadamente 920 mil brasileiros vivendo com HIV. Dos 89% diagnosticados, 77% fazem tratamento com antirretroviral; 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável.
Novo medicamento
No ultimo dia 29, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o tratamento de HIV que reúne duas substâncias em um único comprimido. O novo remédio é uma combinação das substâncias lamivudina e dolutegravir sódico.
De acordo com a agência, a aprovação representa um avanço no tratamento das pessoas portadoras do vírus, já que reúne em uma dose diária os dois antirretrovirais, não disponíveis até então em um só comprimido. A possibilidade da dose única simplifica o tratamento e a adesão dos pacientes.
Os exames para diagnosticar o vírus podem ser acessados gratuitamente no SUS. Há tanto os laboratoriais quantos os testes rápidos, que conseguem detectar os anticorpos contra o HIV em até no máximo 30 minutos. Os testes podem ser feitos nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento. Para além da rede pública, está disponível no mercado farmacêutico um auto-teste que detecta, de forma simples e rápida, os anticorpos contra o HIV em uma gotícula de sangue.
O material é colhido diretamente no dispositivo e o resultado aparece em forma de linhas, indicando se há ou não presença de anticorpos para o vírus HIV em até 15 minutos. O teste, aprovado recentemente pela Anvisa, é utilizado em ações da Organização Mundial da Saúde (OMS).