A última caminhada antes do julgamento dos quatro réus do Caso Kiss aconteceu na noite desse sábado. O evento marcou os 106 meses da tragédia, que matou 242 pessoas e deixou mais de 650 feridos, em janeiro de 2013, no Centro de Santa Maria.
O cortejo integrou a campanha “Kiss: É hora da Justiça!”, organizada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). A caminhada se iniciou junto à tenda da Kiss, localizada ao lado da Praça Saldanha Marinho.
O presidente da Associação da AVTSM, Flavio Silva, em pronunciamento, afirmou que “chegou o momento da decisão”. “Chega de injustiça”, completou.
A concentração das famílias e amigos das vítimas começou às 19h e a caminhada saiu às 20h15min até a rua dos Andradas. No local, ocorreram momentos de reflexão e projeção de imagens com comentários de pessoas sobre a tragédia, além da leitura de uma carta aberta, coordenada pelo psicólogo e sobrevivente Gabriel Rovadoschi Barros. A carta relata o que ocorreu no interior da boate e as sequelas com as quais os sobreviventes passaram a conviver.
Depois do ato em frente ao prédio, os participantes voltaram a percorrer as ruas centrais e passaram diante das 242 cruzes brancas que foram colocadas junto ao viaduto Evandro Behr até a tenda da Kiss, onde o evento terminou. A vigília e a caminhada vinham sendo realizadas sempre no dia 27 de cada mês (em alusão ao 27 de janeiro de 2013), mas em decorrência da pandemia do coronavírus, as atividades foram suspensas por alguns meses.
O júri popular começa em 1º de dezembro, quarta-feira, no plenário do 2º andar do Foro Central de Porto Alegre. Quatro réus respondem por homicídio simples. Pertencem ao grupo os sócios da boate, Elissandro Cacllegaro Spohr (o Kiko) e Mauro Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandagueira (que fazia a apresentação), Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão.