A segunda edição da Black Friday em meio à pandemia de Covid-19, realizada nesta sexta-feira (26), precisou buscar novos nichos de mercado para garantir o aumento nos lucros dos comerciantes do país.
O carro chefe da data de promoções, os eletroeletrônicos, perdeu espaço nos últimos dois anos porque desde que o novo coronavírus começou a se expandir pelo mundo, no início de 2020, caiu a produção de insumos na China, maior fornecedora do mundo.
Com menos insumos, diminuiu a fabricação de tvs, celulares. computadores no planeta todo, incluindo o Brasil, e por isso as lojas têm pouco a oferecer em uma Black Friday.
“Assim como no ano passado, continua complicado renovar os estoques porque as indústrias não conseguem atender à demanda”, afirmou a assessora econômica da Fecomércio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) Kelly Carvalho. “Para piorar, o que chega ao mercado está mais caro, por causa do dólar alto”, explicou.
Sem as vedetes das vitrines físicas e dos sites de e-commerce , o varejo precisou apelar para outros produtos, e alguns dos quais são vendidos com pouca margem para descontos.
É o caso dos alimentos da cesta básica, por exemplo, outra triste novidade do país na data deste ano motivada pela alta da inflação (mais de 10% em doze meses) e pela perda da capacidade de compra dos brasileiros.
“Por causa da pandemia, os alimentos ganharão mais espaço nas promoções. Vamos ver itens simples e a cesta básica oferecidos com desconto, além de bebidas, chocolates, produtos de higiene, limpeza e várias outras mercadorias de uso diário”, detalha a economista da Fecomércio-SP.
Na visão de Kelly Carvalho, os consumidores vão buscar itens de necessidade real e menos supérfluos. “A população está sem renda, é elevado o nível do desemprego. Definitivamente, será uma data para bens não duráveis e semiduráveis. Não é hora de grandes investimentos.”
De acordo com levantamento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), 30% dos consumidores devem ir às compras nesta sexta-feira e, destes, 38,3% vão atrás de roupas e calçados.
A pesquisa também aponta que entre os eletrônicos, os telefones celulares lideram com 28,7%. Depois vêm os computadores, notebooks ou tablets (19,9%) e as TVs (19,4%).
Na linha branca, comprar uma nova máquina de lavar é a intenção de 14,1%. Fogão, 13,6%, geladeira, 13,4%, e micro-ondas, 9,4%.