STF retoma hoje julgamento de ações contra Novo Marco Legal do Saneamento Básico

Sessão será marcada pela manifestação do procurador-geral da República

Ministro Luiz Fux preside sessão por videoconferência. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta quinta-feira (25), o julgamento de quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade que questionam a validade de dispositivos do Novo Marco Legal do Saneamento Básico. A matéria tramita na corte sob a relatoria do presidente do Tribunal, ministro Luiz Fux, e começou a ser apreciada ontem.

Segundo as ações, ajuizadas por partidos políticos e por entidades representativas do setor de saneamento, as novas regras podem criar um monopólio do setor privado nos serviços de fornecimento de água e esgoto, em prejuízo da universalização do acesso e da modicidade de tarifas.

Na sessão de quarta-feira, o colegiado ouviu as manifestações dos autores – sendo eles o Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido dos Trabalhadores (PT) e Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (AESBE).

O advogado-geral da União e a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto defenderam a constitucionalidade das normas.

Vulnerabilidade social

Entre os argumentos contrários à lei está o de que ela retira a autonomia dos municípios, titulares dos serviços de saneamento básico, para definir a forma de prestação que melhor atenda ao interesse público da localidade. A regulamentação tarifária e a padronização dos instrumentos negociais pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é questionada por, supostamente, ofender o princípio federativo.

Outro aspecto levantado é o de que a inexistência de obrigatoriedade de oferta universal de serviços, combinada com a necessidade de lucro das empresas privadas, seria incompatível com a vulnerabilidade social da população que reside nas áreas mais carentes desses serviços, especialmente nos pequenos municípios, nas áreas rurais e nas periferias das grandes cidades.

Também foi sustentado que o novo marco colocará em risco o sistema de subsídio cruzado, pelo qual os municípios superavitários compensam os deficitários.

Distorções

Para o advogado-geral da União, Bruno Bianco, as normas vão permitir a universalização dos serviços. Ele afirmou, também, que a ANA terá poderes para estabelecer normas gerais de orientação e, por não serem impositivas, não haveria invasão de competências dos municípios. Bianco sustentou que o novo marco corrige distorções e possibilitará a universalização dos serviços até 2033.

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