A Rússia retomará a partir desta quinta-feira (25) as importações de carne de 13 frigoríficos brasileiros. Anunciada pelo Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária do país europeu (o Rosselkhoznadzor), a decisão beneficia plantas produtoras de carne suína e bovina no Brasil. Entre essas, há sete unidades de suínos instaladas no Rio Grande do Sul – duas da Alibem Alimentos (em Santo Ângelo e Santa Rosa), uma da BRF (Lajeado), uma da Cooperativa Central Aurora Alimentos (Sarandi), uma da JBS (Caxias do Sul) e duas da Seara Alimentos (Três Passos e Seberi).
As restrições estavam em vigor desde dezembro de 2017 e foram impostas porque o país europeu afirmou ter detectado no produto brasileiro a presença do aditivo ractopamina, usado na alimentação animal. O sinal verde do governo russo veio com outro anúncio positivo para os produtores brasileiros: o estabelecimento de uma cota temporária de 100 mil toneladas de carne suína isenta de tarifas de importação em 2022.
De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), considerando o atual preço médio de importações para a Rússia, a cota disponibilizada tem potencial para gerar exportações de mais de US$ 200 milhões – esse teto, porém, é valido para todos os países habilitados a abastecer o mercado russo. O presidente da entidade, Ricardo Santin, comemorou a medida. Em comunicado, o executivo destacou que, de janeiro a outubro de 2020, as exportações de carne suína foram de apenas 100 toneladas. No mesmo período de 2021, os embarques alcançaram 3,8 mil toneladas, gerando receita de US$ 10,3 milhões. “Com a expansão do número de plantas e a cota oportunizada pelo governo russo, esperamos um crescimento ainda mais expressivo nos próximos anos”, avaliou.
O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips) e presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, lembra que os frigoríficos gaúchos já vinham exportando carne suína ao país europeu, mesmo com a taxação, que é de 15%. “É mais um mercado que se abre e será ocupado pelas empresas que se enquadram nos critérios estabelecidos pelo mercado russo”, afirmou o dirigente.
Reportagem: CP