Mourão nega ter cometido crime, mesmo com alta no desmatamento

Declaração veio após vice-presidente admitir falhas da polícia ambiental

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Após admitir ser o culpado pelo fracasso no combate ao desmatamento, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira que não vai responder por erros na política ambiental, já que não cometeu “nenhum crime”.

Mourão, que também é coordenador Conselho Nacional da Amazônia Legal, participou de um debate na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Atendendo ao requerimento do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), o vice-presidente detalhou o plano estratégico do governo federal e defendeu que a Amazônia passa por um processo de “desaceleração do desmatamento”.

A declaração, no entanto, é contrária aos dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) que apontaram recorde do desmatamento na Amazônia no mês de outubro — o nível mais alto em 15 anos de medições.

Na ocasião, Mourão ainda destacou que é contra o emprego de militares na região da Amazônia, mas que essa era a solução que “havia para o momento”

Diante das críticas dos parlamentares sobre o trabalho feito, Mourão assumiu o desmantelamento da governança do Fundo Amazônia e reconheceu mais uma vez o fracasso das ações autorizadas por meio da GLO (Garantia da Lei e da Ordem), como a Operação Verde Brasil 2.

Para o vice-presidente, o problema resultou da falta de conversa e integração entre as Forças Armadas e órgãos como Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Funai (Fundação Nacional do Índio) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).