Empresários gaúchos conhecem projeto de porto privado em Arroio do Sal

Orçamento para execução do complexo é estimado em R$ 5 bilhões

Senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

Com a perspectiva de buscar alternativas viáveis para a escoar a produção no Rio Grande do Sul, empresários gaúchos participaram, nesta terça-feira, em Porto Alegre, da primeira reunião sobre o projeto de construção do porto de Arroio do Sal, no litoral Norte. Em reunião na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), a empresa DTA Engenharia Portuária e Ambiental detalhou os estudos realizados até o momento e destacou a importância do complexo portuário para setores produtivos das regiões da Serra – que fica a 180 quilômetros do litoral Norte – e do Noroeste.

Organizador do evento, o senador Luis Carlos Heinze lembra que o investimento previsto para a execução do projeto é de R$ 5 bilhões. O parlamentar explica que o projeto já conta com licença da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviário (SNPTA) e da Marinha, faltando ainda as licenças do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Segundo Heinze, após a obtenção de todas as autorizações, o desafio é buscar investidores para o projeto.

“Conseguidas as licenças do Ibama e da Antaq, temos que ir atrás do investidor. Acho que em questão de dois anos a obra pode começar”, estima, acrescentando que o porto deve beneficiar principalmente os empresários da Serra. Conforme Heinze, o custo da logística no Estado chega a 20%. “O Rio Grande do Sul tem um problema hoje com relação ao custo da logística, que é das mais caras do Brasil”, observa.

Além do porto, o projeto também prevê que seja construída uma estrada para ligar o complexo portuário à BR 101, em Três Cachoeiras. “São de 9 a 10 quilômetros de estrada envolvidos também nesse processo”, completa. O parlamentar acrescenta que o empreendimento pode contar inclusive com investidores de fora do país. “É um projeto na ordem de R$ 5 bilhões, totalmente privado. Se nós fôssemos esperar um porto do governo do estado, do governo federal, não teríamos dinheiro para fazer essa obra”, ressalta.

Entre os interessados no projeto, destaque para as cooperativas, especialmente do Norte gaúcho. Heinze destaca ainda o potencial para escoar a produção da indústria metal mecânica, do aço e dos combustíveis. “Santa Catarina tem sete portos funcionando com uma economia menor que a do RS. Tem mais dois em construção e vão para 9. Então eu digo que é possível fazer”, considera.

O presidente da DTA – Engenharia Portuária & Ambiental, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, explica que o projeto prevê terminal de uso privado (TUP), no modelo onshore (na costa), com 17 metros de calado.