O governador do Rio Grande do Sul e concorrente nas prévias do PSDB para a escolha do candidato à Presidência da República, Eduardo Leite, acusou na tarde desta segunda-feira o adversário na disputa, o governador de São Paulo, João Doria, de compra de votos à disputa, suspensa nesse domingo.
“Do outro lado nós vemos isso. Nós vemos, sim, compra de votos, estamos vendo denúncias de pressões indevidas, suspensão de filiações, demissão de pessoas que não apoiam”, afirmou Leite ao chegar na Comissão Executiva Nacional em Brasília, nesta segunda. O governador gaúcho disse ainda que está confiante de que vai ser escolhido candidato do PSDB nas eleições presidenciais do ano que vem.
Leite também destacou que espera a retomada da votação do processo partidário o mais rápido possível. Na noite desse domingo, por meio de nota, a campanha do chefe do executivo do Rio Grande do Sul pediu a finalização do processo dentro de 48h, ou seja, até esta terça-feira. O posicionamento partiu após o aplicativo usado para contabilizar os votos das prévias apresentar instabilidade.
Por conta do problema, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araujo, se reuniu com representantes dos desenvolvedores do aplicativo usado para a votação e com representantes da campanha de Leite, Doria e do ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio. Até o momento, não há um prazo definido para a retomada das prévias da sigla.
Leite chegou à reunião acompanhado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ambos defenderam o uso do aplicativo, alertando para o risco de um número ainda maior de denúncias de fraudes de outra forma.
“Gostaria de esclarecer uma coisa e dar uma palavra de elogio ao trabalho, ao esforço do Bruno Araújo pra se chegar a esse dia. Não era viável [votação em] papel, não era viável colocar urnas eletrônicas pelo Brasil inteiro. Tinha que ser via aplicativo. Não era viável trazer todo mundo — os filiados — pra cá e essa foi a solução encontrada. E como tudo que é novo e é feito pela primeira vez, corre riscos como esse”, pontuou o senador.
Sobre a acusação de compra de votos, a assessoria do governador Joao Doria disse que ainda não vai se pronunciar.