Prática do bem-estar animal passa por equilíbrio de conjuntos

Especialista apresentou o tema durante evento virtual realizado pelo Instituto Desenvolve Pecuária

A cria mais eficiente usando os conceitos do bem-estar animal foi o tema da edição do mês do Prosa de Pecuária, evento virtual do Instituto Desenvolve Pecuária, na noite desta terça-feira, 16 de novembro. A palestrante foi Fernanda Macitelli Benez, zootecnista, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com mestrado em nutrição de ruminantes e doutora em comportamento e bem-estar animal.

A especialista iniciou o encontro falando sobre o conceito de bem-estar animal. Segundo Fernanda, nos mais diversos pontos da cadeia produtiva existem variados conceitos que vão de boa saúde, bom desempenho, produtividade e posições morais como não sofrimento. “Na verdade é o estado do corpo do animal, com o organismo adaptado ao ambiente. E os princípios são conforto, saúde, nutrição, comportamento e estado mental”, ressaltou.

A zootecnista afirmou que é possível avaliar o bem-estar conforme estes princípios. Lembra que, entretanto, estes princípios não conseguem trabalhar sozinho. “Se temos um problema de nutrição, vai afetar a saúde e alterar os comportamentos dele, e com isso vai alterar seus estados mentais. Estes princípios devem andar juntos”, observou.

Fernanda explicou que se o produtor consegue manter estes princípios, o bem-estar animal estará positivo, mas se um destes pilares se quebra, causa o desequilíbrio nos demais pontos importantes para a manutenção desta condição. “Com isso teremos alterações hormonais e comportamentais. Sempre que tivermos alteração em um dos domínios é considerado um agente estressor. E ele percebe utilizando os órgãos do sentido.

A especialista alerta que o animal em situação de estresse faz ele produzir mais energia, aumentando a pressão e trazendo problemas cardíacos e renais graves, reduzindo a ação de outros hormônios, comportamentos exploratórios, imunidade, resistência a insulina e gordura abdominal. “A resposta do corpo é o estresse, durante a tentativa deste corpo a se adaptar ao ambiente. Teremos a produção reduzida, com animais doentes, reduzindo seu desempenho”, reforçou.

Para Fernanda, é preciso identificar cada situação na fazenda que pode colocar em risco o bem-estar dos animais. “Em cada fazenda é uma realidade, uma mão de obra, uma raça, um tipo de alimento, uma doença regional ou sazonal, mas é preciso entender que cada um destes animais importa”, explicou, dando como exemplo o momento de um parto de um animal mostrando que é importante que os colaboradores da propriedade devam ter entendimento sobre estas questões.

Na sequência, a especialista apresentou exemplos de boas práticas no bem-estar para que os animais possam ter boas condições dentro dos preceitos selecionados, além de metodologias para o monitoramento dos animais desde o nascimento até o desmame. “Qualquer estresse que causamos no animal reduzimos crescimento, ganho de peso, produção, qualidade do leite, fertilidade e imunidade. Para isso temos que fazer nossos funcionários entender que é um trabalho em equipe, com todos se preocupando com os animais, a produção e também a saúde das próprias pessoas”, concluiu.

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