Os relatos de queimadas aumentaram 42% no Brasil entre 2017 e 2020, revelou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados, divulgados nessa manhã, aparecem na Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que mostra que o número de cidades com registro de queimadas passou de 1.252 para 1.789 em quatro anos no país. A divulgação coincide com os últimos dias da Conferência do Clima da ONU (COP-26). No encontro em Glasgow, na Escócia, líderes mundiais tentarão firmar um acordo para limitar o aquecimento causado no planeta por poluentes.
No ano passado, os eventos climáticos mais citados pelas administrações locais foram queimadas (49,4%), seguidas por condições climáticas extremas, como secas e enxurradas, (40,9%) e falta de saneamento (31,5%).
Em 2017, última vez em que os dados ambientais foram aferidos, os problemas mais citados foram condições climáticas extremas (46,0%), a falta de saneamento (36,5%) e, só então, as queimadas (33,0%).
De acordo com os resultados da Munic, 66,2% das municipalidades relataram a ocorrência de algum impacto ambiental nos 24 meses anteriores à coleta das informações. A maior parte desses municípios fica na Região Norte (78,0%) e na Região Centro-Oeste (69,2%).
A pesquisa revela também um aumento das ocorrências de desastres naturais – fenômenos climáticos potencializados pela ação do homem, como o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis, por exemplo. Os episódios de seca, por exemplo, passaram de 2.706 (48,6%), em 2017, para 2.916 (53,4%), em 2020.
As enxurradas ou inundações bruscas subiram de 1.590 (28,5%) para 1.712 (31,3%) no mesmo período. Enchentes e inundações graduais passaram de 1.515 (27,2%) para 1.792 (32,8%). E alagamentos de 1.729 31,0%) para 1.958 (32,8%).
*Com informações da Agência Estado