Enquanto o governo federal comemora não haver bloqueios de rodovias pelo país, os representantes dos caminhoneiros dizem que as manifestações existem, com a paralisação de ao menos quatro portos nacionais.
“Há bloqueios nos Porto de Santos, de Recife, do Espírito Santo e da Bahia”, diz o presidente da Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes.
A entidade, com 600 mil associados, é contrária à greve.
“Não tem paralisação nenhuma, tem bloqueio. Tem um grupo das áreas portuárias que não está deixando os caminhoneiros trabalharem”, afirma Fonseca Lopes.
No boletim do Ministério da Infraestrutura divulgado às 12h, a pasta descarta problemas nos portos e reforça, como fez em outros três boletins na manhã desta segunda, que não há paralisação em nenhuma rodovia federal do país.
“Resta apenas um único ponto de concentração no km 276 da BR-116/RJ (Dutra) no município de Barra Mansa. Sem bloqueio e sem abordagem a caminhoneiros que seguem viagem”, afirma o ministério na nota à imprensa.
A orientação da Abcam aos caminhoneiros hoje é evitar os portos e esperar para ver como estará a situação na quarta-feira (3). “Hoje é véspera de feriado e amanhã estará tudo parado. Então, hoje é melhor ficar em casa.”
O dirigente analisa que os grupos que defendem a greve não entendem que é, segundo ele, inconstitucional exigir da Petrobras que baixe o preço do óleo diesel. “O problema é mundial, nós temos o frete tabelado, só que a maioria [dos caminhoneiros] está aí nessa ilusão.”
Mais cedo, a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística), uma das organizadoras da greve, divulgou em seu Twitter paralisações no Porto de Santos e em uma rodovia de Ijuí (RS).
Também estão por trás dos protestos a CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), a Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) e o Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira). Todas foram procuradas pelo R7, mas não se posicionaram até a publicação desta reportagem.
A falta de bloqueios pode ser explicada em parte pelas vitórias na Justiça do governo federal no fim de semana, que conseguiu liminares impedindo as paralisações em determinados pontos do país.
No total, foram concedidas 29 liminares estabelecendo multas aos caminhoneiros que descumprissem a decisão.
O líder da greve dos caminhoneiros de 2008, Wallace Landim, o Chorão, afirma que a categoria trabalha para derrubar no STF (Supremo Tribunal Federal) as liminares conquistadas pelo governo para impedir a paralisação.