Relator da CPI vai pedir banimento de Bolsonaro das redes sociais

Renan Calheiros afirmou que declaração falsa de Bolsonaro sobre HIV também “agrava situação” na CPI

Renan Calheiros afirmou que declaração falsa de Bolsonaro sobre HIV também “agrava situação” na CPI | Foto: Pedro França/Agência Senado/CP

O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta segunda-feira que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro seja banido das redes sociais. O pedido será baseado em informação falsa divulgada por Bolsonaro em sua live semanal, na qual associava a vacinação contra a Covid-19 à Aids.

Nesta segunda, o vídeo da transmissão ao vivo feita por Bolsonaro na última quinta-feira foi removido do Facebook e do Instagram. Embora o Facebook já tenha removido conteúdo do presidente relacionado à Covid-19, é a primeira vez que a rede apaga a gravação semanal da plataforma. O YouTube, que pertence ao Google, também retirou o vídeo do ar.

Renan Calheiros afirmou à Record TV e ao R7 que pedirá uma medida cautelar para que o presidente da República seja banido das redes sociais. O senador afirmou ainda que a declaração falsa feita por Bolsonaro deve agravar a sugestão de indiciamentos apresentada por ele à CPI. Nesta segunda, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) já havia protocolado um requerimento para que o STF (Supremo Tribunal Federal) investigasse a informação falsa.

“Evidente que essa declaração sobre a vacina e sobre a Aids vai agravar sua situação na própria investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito, e nós vamos, paralelamente, entrar com uma ação cautelar junto ao Supremo Tribunal Federal pedindo o banimento dele das redes sociais”, afirmou Renan.

A Sociedade Brasileira de Infectologia esclareceu no sábado, em um comunicado, que “não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a Covid-19 e o desenvolvimento da síndrome de imunodeficiência adquirida”.

Nesta segunda-feira pela manhã, não era possível acessar o vídeo nas contas do presidente no Facebook e no Instagram — rede social do mesmo grupo.

“Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas contra a Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, declarou um porta-voz da empresa. Os estudos científicos mostraram até agora que as vacinas anti-Covid são seguras.

Banido

Em janeiro deste ano, o ex-presidente dos EUA Donald Trump foi banido das redes sociais. O bloqueio das contas do ex-presidente se deu após a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro. Trump teve conteúdos removidos por conterem informações falsas. Desde sua derrota eleitoral para o atual presidente, Joe Biden, ele usava as redes para alegar falsamente que as eleições americanas tinham sido fraudadas.

O ex-presidente tem tentado popularizar outra rede, o Gettr, lançada pela própria equipe dele. Bolsonaro recentemente criou uma conta na rede pró-Trump. O fundador da rede social de extrema direita, Jason Miller, esteve no Brasil recentemente para encontros com Bolsonaro e seus apoiadores próximos. Após os encontros, Miller foi conduzido à Polícia Federal localizada no Aeroporto Internacional de Brasília para prestar depoimento no âmbito do inquérito das fake news, conduzido pelo STF.

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