Atraso de provas do Detran afeta mais de 90 mil pessoas no RS, diz deputado

Sem citar volume do represamento, diretor do Detran confirmou demora nas provas práticas devido aos protocolos sanitários adotados na pandemia

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

O atraso na realização das provas práticas e teóricas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS) afeta mais de 90 mil pessoas no Rio Grande do Sul. A informação é do deputado estadual Giuseppe Riesgo (Novo) que, nesta quinta-feira, participou da audiência pública virtual da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa que discutiu a demora no agendamento das avaliações.

“Muitas pessoas no Estado estão na fila com as aulas teóricas aguardando pela realização das provas para retirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH)”, ressaltou. Segundo Riesgo, algumas pessoas são reprovadas na primeira prova e por isso talvez haja um estoque de 200 mil testes por serem realizados no Rio Grande do Sul. “Esse atraso prejudica a economia gaúcha e a população. O cidadão que não tira a carteira de motorista acaba por não conseguir um emprego. Estamos acompanhando relatos de pessoas que estão perdendo oportunidades de emprego por não conseguirem fazer os exames de direção”, acrescentou o parlamentar.

Segundo Riesgo, com base nos dados divulgadas pelo Detran, o número de pessoas aptas a realizar os testes práticos, em agosto, era superior a 90 mil pessoas. “O número atual representaria uma espera de aproximadamente dois meses e meio”, explicou.

O diretor-geral do Detran/RS, Enio Bacci, disse que a pandemia afetou a realização das provas práticas e teóricas e o departamento está passando por uma situação muito difícil e preocupante. Conforme Bacci, historicamente sempre houve um represamento, mas nesse período de pandemia a situação ficou mais complexa. Com relação às provas teóricas, o diretor-geral do Detran/RS explicou que não há represamento porque foram adotadas medidas em parceria com os CFCs que agilizaram o processo.

Já as provas práticas, segundo Bacci, não andam com agilidade em função da pandemia. Isso porque os examinadores, num total de 170 profissionais (40 deles foram contratados de maneira emergencial), exigiram o cumprimento de medidas do protocolo de segurança do coronavírus. Assim, a cada exame prático o veículo teria que ser higienizado e no caso de chuva como não é possível abrir os vidros às provas não eram realizadas. Segundo Bacci, tudo isso reduziu a quantidade de provas aplicadas pelos examinadores.

Detran alega que há atraso represamento nas provas práticas
O diretor-geral do Detran/RS afirmou que durante o período de vigência do modelo de distanciamento controlado, as quantidade de exames aplicados pela autarquia teve de ser drasticamente reduzido, chegando, em alguns momentos, a 25% da quantidade usual. “Porém, o número de pessoas que foram abrindo processo de habilitação não diminuiu. Ou seja, a demanda pelo serviço se manteve, mas, como o atendimento reduziu, a consequência foi ‘filas’ de candidatos esperando”, explicou.

Com relação ao distanciamento controlado, a situação ficou diferente em cada um dos exames. No caso do teórico, foi implantada a prova teórica eletrônica diretamente nos Centros de Formação de Condutores, em substituição à impressa. Isso ampliou a oferta de vagas de 35 mil/mês, para 205 mil/mês. Hoje, ainda assim, existe cerca de 30 mil pessoas aptas a fazer o exame.