Após confusão na Câmara, vereadores de oposição registram boletim de ocorrência na Polícia Civil

Parlamentares relataram atos de intolerância e agressões ocorridas na Casa nessa quarta-feira

Foto: Jurema Josefa / CP

Depois da confusão dessa quarta-feira envolvendo a votação do veto ao passaporte vacinal, proposto pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), vereadores do PSol, PT e PCdoB foram nesta quinta-feira até à Delegacia de Combate à Intolerância, da Polícia Civil, para registrar um boletim de ocorrência relatando atos de racismo e alusão ao nazismo. No registro, foi mencionada “falta de providências da Câmara de Porto Alegre” durante as agressões. O ofício foi recebido pela delegada Andrea Mattos.

Emitiram a denúncia os vereadores Leonel Radde (PT), Pedro Ruas (PSOL), Jonas Reis (PT), Roberto Robaina (PSOL), Matheus Gomes (PSOL), Laura Sito (PT), Daiana Santos (PCdoB), e Bruna Rodrigues (PCdoB). Na queixa à Polícia Civil, os parlamentares descrevem o que consideraram uma falta de iniciativa em conter os manifestantes que invadiram a Câmara e agrediram verbalmente e fisicamente parte dos vereadores.

“Os manifestantes entraram no local sem nenhum controle dos seguranças da casa. Começaram a atacar os vereadores que se colocavam a favor do passaporte. Levantaram uma suástica. Neste momento, os vereadores requisitaram que o símbolo fosse retirado. Os seguranças não fizeram a retirada do cartaz e nem das pessoas”, diz o documento.

A votação ao veto do passaporte vacinal, que teve de ser interrompida em decorrência da confusão, terminou favorável à proibição por 18 votos a 14, com duas abstenções. A decisão dos parlamentares, no entanto, não tem eficácia, já que a medida vale para todo o Estado desde a última segunda-feira. Durante a audiência para deliberação, parte do Executivo alegou que não tem como fazer a devida fiscalização da medida.

Também nessa quarta-feira, houve agitação em frente à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Vários manifestantes protestaram contra o passaporte vacinal. Com bandeiras do Brasil e cartazes, eles defenderam o direito de não se vacinarem e de não terem restrições para frequentar eventos no Estado, além de contestarem a eficácia da vacinação contra a Covid-19.