Manifestantes protestam contra passaporte vacinal em frente à Assembleia Legislativa

Ato ocorre em paralelo com audiência pública no Teatro Dante Barone

Manifestantes fazem aglomeração e não utilizam máscaras de proteção | Foto: Alina Souza/CP

Manifestantes protestaram nesta quarta-feira em Porto Alegre, em frente a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, contra a exigência na apresentação do passaporte vacinal para ingresso em eventos e estabelecimentos. Com bandeiras do Brasil e cartazes, cerca de 200 pessoas acompanham a audiência pública que debatia o tema de forma simultânea no Teatro Dante Barone.

O evento era transmitido através de um caminhão de som para aqueles que não conseguiram acesso ao auditório que atingiu 40% da sua lotação. Assim como os público presente no auditório, os manifestantes defendiam o direito de não se vacinarem e de não terem restrições para frequentar eventos no Estado. Alguns cartazes também questionavam a eficácia da vacinação contra a Covid-19.

A audiência pública para debater a necessidade da vacinação no Rio Grande do Sul foi promovido pela comissão de Economia de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo através do deputado Eric Lins (DEM). O parlamentar abriu as manifestações do evento, afirmando que o passaporte vacinal irá prejudicar a retomada da economia. “Não ao passaporte vacinal, pois já fechamos o comércio, já perdemos tantos empregos no país. Exigir vacina é tirar a liberdade da população. Nós não aceitaremos isso!”, afirmou.

Na sequência, falou a deputada Franciane Bayer (PSB) que também criticou o passaporte vacinal, alegando que a imunização contra a Covid-19 “não é garantia de saúde”. Ela lamentou que “em uma época de crise, o empresário é obrigado a barrar o cliente de entrar no seu estabelecimento (por causa da ausência da vacinação). É um absurdo!”, opinou.

A primeira médica a se pronunciar no avento foi a psiquiatra Akemi Scarlett Shiba questionando a segurança e proteção dos dados fornecidos pelo cidadão através dos aplicativos do governo federal ou da necessidade da entrega dos comprovantes para terceiros que podem acarretar no compartilhamento indevido de dados. Aplaudida de pé pelos presentes no evento, a médica Nise Yamaguchi defendeu a imunidade natural do organismo em relação as infecções e doenças. “É como nós vemos em relação a outras doenças, como o sarampo” explicou a médica.

Nisei também afirmou que “estamos promovendo um ‘apartheid das vacinas’, onde segregamos o mundo não imunizado. Países como a África, que possuem uma taxa de vacinação menor que os 30%, não podem visitar o país. Eles são nossos irmãos!”, lamentou.

Ouvido pela CPI, o Dr. Francisco Eduardo Cardoso Alves, especialista em Infectologia pelo Instituto Emílio Ribas e diretor-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social, também foi um dos convidados para fala na audiência . “Vacina não é garantia nenhuma de saúde ou proteção. Caso contrário, o ministro Queiroga não teria adquirido a doença nos USA. O passaporte vacinal não funciona e essa é a prova, porque mesmo vacinado e com passaporte em dia ele iria infectar muitos em museus, restaurantes…”, afirmou o médico na sua explanação.

Participaram também do evento, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) e o deputado Osmar Terra. Heinze, em uma pausa na sua participação na CPI da Covid-19 em Brasília, chamou Renan Calheiros de “crápula” e afirmou que o relatório final da comissão redigido pelo político “vai contra a ciência e os fatos”. Já Osmar Terra afirmou que “hoje o Brasil vive uma realidade paralela, onde se criou uma narrativa mentirosa” em relação a pandemia.

O passaporte vacinal

O comprovante de vacinação oficial pode ser obtido no aplicativo Conecte SUS ou por outro meio comprobatório, como caderneta ou cartão de vacinação emitido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) ou outro órgão governamental. Ele é obrigatório em competições esportivas, ou seja, quem quiser entrar em estádios de futebol, terá que apresentar o documento. Locais de eventos sociais, infantis e de entretenimento, como casas noturnas, por exemplo, também exigirão a vacinação.

Feiras e exposições corporativas e similares, assim como apresentações em shows, cinemas, teatros, casas de espetáculos e similares, estão na lista. Por fim, parques temáticos e de diversão e similares, situações consideradas atividades de alto risco de contaminação por coronavírus, completam os grupos de atividades estipulados pela administração estadual.

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