Porto Alegre: adiada para terça definição sobre alterações na grade curricular da rede municipal

Proposta busca um consenso entre as mudanças estabelecidas pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) e a contraproposta apresentada pelos representantes de escola

Foto: Giulian Serafim / PMPA

A alteração na grade curricular da rede municipal de Ensino de Porto Alegre só vai ser definida na terça-feira, dia 19. Conforme a Secretaria Municipal de Educação (Smed), o cronograma original previa a definição para esta sexta. O prazo teve de ser ampliado pelo fato de a contraproposta apresentada pelos representantes das escolas estar em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em 2017.

Conforme a secretária municipal de Educação, Janaina Audino, está sendo construído um consenso junto às escolas, neste momento. A titular da pasta adianta, contudo, que um cenário inicial já está definido, com um equilíbrio entre os componentes curriculares, apresentados em reunião nessa quinta-feira.

Proposta

A Smed enumera, entre as alterações previstas, o aumento na carga horário das disciplinas de Português e Matemática, em que o nível de aprendizagem se encontra abaixo da meta de 60% estabelecida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) tanto nos anos iniciais como nos finais, além da retirada da grade curricular da disciplina de Filosofia. Já a oferta de Ensino Religioso passa a ter oferta obrigatória e matrícula facultativa.

Na proposta, a pasta sugere criar um “espaço filosófico” nas escolas de ensino fundamental, para que uma abordagem transversal na área de ciências humanas substitua a disciplina formal de Filosofia. Além disso, de acordo com a secretária Janaina Audino, a nova proposta aumenta a carga horária, de 20 para 24 horas semanais, nos anos finais, dando espaço para a incorporação de projetos temáticos como robótica, música, esportes, culinária e hortas comunitárias entre outras temáticas significativas para cada contexto escolar.

Protesto

No fim da tarde desta sexta, um grupo de professores vinculados à Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa) realizou um protesto na região central da cidade. Durante ato, cerca de 60 manifestantes cobraram melhores condições de trabalho, e solicitaram a criação de um congresso municipal de educação e o fim das discussões sobre a matriz curricular.