Movimento pede que duplicação da RSC-287 se inicie simultaneamente em Santa Maria e Tabaí

Grupo quer que governo do RS faça ajuste no contrato de concessão

Contrato de concessão abrange os 204,5 quilômetros entre Tabaí e Santa Maria | Foto: Otto Tesche / Especial / CP

Um grupo de representantes da Região da Quarta Colônia, na região Central do Rio Grande do Sul, pressiona o governo estadual a fazer ajustes no contrato de concessão dos 204,5 quilômetros da RSC 287 à empresa Rota de Santa Maria, do Grupo Sacyr. A ideia do movimento é que a obra de duplicação da rodovia comece, ao mesmo tempo, nas duas extremidades, ou seja, a partir de Santa Maria e de Tabaí, no Vale do Caí, seguindo em direção a Santa Cruz do Sul.

O vereador de São João do Polêsine Claudio Spanhol (MDB), que coordena o Movimento pela Duplicação Total da 287, revela que a mobilização se iniciou quando a população tomou conhecimento de que, a partir de agosto do ano que vem, vai começar a pagar pedágio por uma obra da qual só vai poder usufruir em duas décadas. Pelo contrato assinado entre o Estado e a empresa, a região Central ficou no fim da fila.

“Em 20 anos essa estrada vai estar seguramente intrafegável. Agora já encontramos dificuldades. E essa rodovia é necessária para o progresso e o desenvolvimento. As pessoas não querem pagar pedágio, por 20 anos, sem usufruir da estrada. É algo justo e equilibrado”, explica Spanhol.

Conforme o secretário estadual de Parcerias, Leonardo Busatto, o processo de concessão da RSC 287 resultou de ampla discussão. Na visão do secretário, a audiência pública realizada nesta sexta-feira para discutir o tema teve viés “muito mais político do que técnico”. “Existe um modelo financeiro, matemático. Se nós anteciparmos o investimento os pedágios da região vão ficar mais caros. Os moradores de Santa Maria querem pagar mais pra antecipar o investimento? Na nossa visão, é uma questão muito mais política, visando às eleições do ano que vem, do que técnica”, destacou.

Entenda

Segundo o edital, a duplicação começa pelos trechos urbanos, junto aos acessos aos seis municípios atravessados pela rodovia, a partir de 2024. O plano prevê que as primeiras obras ocorram em Santa Cruz do Sul e em Tabaí, a partir do terceiro ano de concessão. Um ano depois, devem ser providenciados os acessos de Candelária, Novo Cabrais, Paraíso do Sul e Santa Maria. Na sequência, a obra avança para os trechos rurais, o primeiro entre Tabaí e Santa Cruz do Sul, no sexto ano.

Em um segundo momento, serão duplicados o trecho entre Santa Cruz e Candelária, com previsão até 2030, e o trajeto entre Candelária e Novo Cabrais até 2031. Com isso, a rodovia fica 65% duplicada, com 133 quilômetros concluídos ao nono ano de concessão. Os trechos entre Novo Cabrais e Paraíso do Sul e de Paraíso do Sul a Santa Maria serão duplicados mais tarde, entre o 19º e 21º anos de contrato. Ainda conforme o cronograma, a escala de investimentos vai ser acelerada à medida em que for aumentando o acesso de veículos no trecho concedido.