Mesmo corte de carne custa até 64% mais em mercados diferentes

Levantamento da Abras mostra que não ser fiel a marcas é uma boa dica de economia: espaguete apresentou variação de 196%

carne
Foto: Alina Souza / CP / Arquivo

O consumidor brasileiro tem que retomar ou investir no hábito de comparar preços para amenizar o peso da inflação. A orientação é da Associação Brasileiros dos Supermercados (Abras), que encontrou grandes variações nos estabelecimentos em todos os produtos pesquisados.

A carne é um exemplo. O mesmo corte, coxão duro, foi encontrado de R$ 28,98 a R$ 47,50 na pesquisa de campo realizada em outubro nas redes de supermercado do país. A bisteca suína variou de R$ 14,98 a R$ 23,99. No primeiro caso, 64% de diferença. No segundo, 60%.

O quilo do frango inteiro era oferecido por R$ 9,89 em um mercado e R$ 12,99 no outro (31% mais).

O vice-presidente da Abras, , Marcio Milan, explica que a disparidade no que é cobrado se explica por uma série de razões. Pode entrar na conta desde a estratégia de cada lojista, com as promoções para determinados itens, além dos custos com frete, energia elétrica e tudo o que o empresário teve de gastar para comprar o produto e manter o estabelecimento.

As variações não ficam só na carne. A Abras encontrou, por exemplo, em 13 lojas pesquisadas, variações de 35% no saco de cinco quilos da mesma marca de arroz analisada (Camil), de R$ 17,59 a R$ 23,79.

Olhando 32 marcas diferentes, a distância é maior. A mais barata (Arrozal) teve como preço máximo R$ 15,49 no pacote de cinco quilos. O Albaruska saía por R$ 29,90, ou 93% mais salgado.

O consumidor que não é fiel a uma marca tende a economizar. Em relação ao café, em 15 fabricantes pesquisadas, a variação chegou a 119% na embalagem de 500 gramas. Jardim custava R$ 7,49 enquanto o Pilão, até R$ 16,39.

O espaguete sêmola, 500 gramas, foi além, com 196% de diferença nos preços do Da Mama (R$ 1,89) para o Barilla (R$ 5,59).