Comércio tem procura discreta por presentes para o Dia da Criança, em Porto Alegre

Preço dos brinquedos tem afastado os clientes nas lojas do Centro Histórico

Foto: Guilherme Almeida / CP

A procura por presentes para o Dia da Criança foi discreta nesse sábado, no Centro Histórico de Porto Alegre. As principais lojas de brinquedos estavam decoradas para atrair a atenção das pessoas, mas muita gente entrava, conferia os preços e partia para outros pontos de venda em busca de descontos.

“Comprei agora uma bola de futebol para o meu filho. Tenho achado os preços bem caros”, ressaltou a atendente Tuane Silveira, 31 anos, que estava de mãos dadas com o filho de 4 anos. Opinião semelhante era compartilhada pela aposentada Eva Chrisostomo, 86 anos, que comprava lembranças para os bisnetos. “Comprei uma barbie e um jogo de quebra-cabeça e gastei 280 reais”, calculava.

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/RS) projeta o montante de R$ 450 milhões em vendas nesta data, o que é uma estimativa otimista. Os especialistas do setor acreditam em um crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço da imunização da população e a reabertura do comércio depois dos primeiros meses de pandemia contribuem para essa expectativa dos comerciantes. “Esperamos que o Dia da Criança de agora seja bastante superior ao do ano passado”, avalia o presidente da FCDL/RS, Vitor Augusto Koch.

Para o público infantil de 5 a 12 anos, os brinquedos são os mais procurados, mas para os adolescentes, os pais precisam abrir mais o bolso, pois artigos como smartphones e eletrônicos têm os valores um pouco mais elevados. “Nesse sábado o movimento está mais ou menos. Na sexta foi melhor e esperamos movimentação maior de público na segunda-feira”, relatou a supervisora de vendas de uma loja infantil, Elis Bertolli, 31 anos. “Os brinquedos em alta são o pop it e os cubos mágicos”, revelou.

A dona de casa Denise Carvalho, 58 anos, chegava em um estabelecimento infantil para pesquisar os preços de um brinquedo e uma roupa para a neta. “Chegamos agora para as compras e vamos ver os preços ainda.” Duas pessoas deixavam o mesmo local sem levar nada em função dos valores. Ao sair, uma mulher de 58 anos disse que visitaria o comércio informal, pois queria um lego e se assustou com o preço de R$ 200 reais.

Levantamento da CDL mostra que o ticket médio ficará em torno de R$ 150 reais para grande parte dos lojistas. As vendas devem ocorrer em especial por meio de redes sociais e o meio de pagamento mais utilizado será o cartão de crédito e de débito. “Com o avançar da imunização contra a Covid-19 é possível notar uma crescente melhora e aquecimento do comércio, o que deve impactar diretamente nas vendas para a data comemorativa de outubro”, observou o presidente da CDL POA, Irio Piva.

O economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank tem opinião parecida: “A melhora do quadro sanitário segue propiciando flexibilizações adicionais ao funcionamento dos negócios. Esse movimento beneficia principalmente os segmentos que foram mais afetados pelo distanciamento social no comércio, incluindo os artigos de vestuário, calçados e materiais de escritório, além de diversos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Acredito, portanto, que tais categorias liderarão o processo de retomada da economia nos próximos meses”.