Avançam negociações para instalação de usina termelétrica em Rio Grande

Comitiva liderada pelo governador Eduardo Leite esteve reunida com a direção do grupo espanhol Cobra, que atua principalmente no setor energético

Comitiva do governo do RS em Madri. Foto: Guilherme Baumhardt/Rádio Guaíba

Uma termelétrica com capacidade de gerar 1280 MegaWatts. Se os entraves existentes hoje forem superados, é algo que pode ser vislumbrado no horizonte do Rio Grande do Sul, em maio de 2024. No primeiro compromisso desta terça-feira (05) em Madrid, na Espanha, a comitiva liderada pelo governador Eduardo Leite esteve reunida com a direção do grupo espanhol Cobra, que atua principalmente no setor energético. Após a desistência da Bolognesi, os espanhóis assumiram o projeto do terminal de regaseificação no Porto de Rio Grande, na Metade Sul.

A obra ainda depende de licenças, ambientais inclusive, o que deve ser resolvido até o final do ano, com a realização de audiências públicas. A compra da energia já foi definida após leilão, em 2009, via Agência Nacional de Energia Elétrica, mas uma ação do Ministério Público Federal acabou travando a implantação do projeto. O obstáculo deve ser agora superado graças a uma alteração na proposta original, com a implantação de tanques de armazenamento do gás natural líquido, em substituição a navios tanques originalmente previstos. A mudança representa um investimento adicional de R$ 2 bilhões, que somados a outros R$ 4 bilhões para a construção da usina totalizam um aporte de R$ 6 bilhões, um dos maiores da história do Rio Grande do Sul.

O RS, em momentos de pico, chega a consumir 7 mil MegaWatts, ou seja, a nova usina a gás natural representaria algo como 15% (número aproximado) do consumo total do Estado. O funcionamento, porém, não seria permanente, mas por demanda. Em momentos como o atual, de baixa geração de energia hidrelétrica, ela entraria em funcionamento.

O gás natural chegaria a Rio Grande em navios, vindos de países como Estados Unidos, Trinidad e Tobago ou ainda de nações do continente africano. Uma possibilidade discutida na reunião seria a conexão de um gasoduto do terminal em Rio Grande à atual rede de gás natural do Estado, abastecida hoje com combustível vindo da Bolívia.

Quando estiver operando a pleno, estima-se que a nova usina termelétrica possa gerar um incremento de até R$ 1 bilhão na arrecadação de ICMS por ano.