O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos, serão alvo de uma representação de líderes da oposição, a ser protocolada junto ao Ministério Público Federal nesta segunda-feira, após denúncia de que ambos mantêm empresas em paraísos fiscais. A apuração ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), batizada de Pandora Papers, tornou-se pública neste domingo.
A queixa-crime deve ser encabeçada pelo líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS) e endossada por outros representantes da oposição. O deputado vê indícios graves na atuação dos dois membros da equipe econômica. “Com base nas normas do serviço público e na Lei de Conflito de Interesses, o caso sugere que pode ter havido autofavorecimento”, declara Bohn Gass, para quem Guedes e Campos Neto devem ser “alvo de uma profunda e rigorosa investigação”.
“Estamos falando de dois dos mais importantes responsáveis pela condução da política econômica do País neste momento. Em nome da lisura e da transparência, o povo brasileiro tem o direito a essas informações”, completou o líder do PT.
Já a deputada Jandira Fegalli (PCdoB/RJ) declara que a revelação, todavia, não a surpreende. E ressalta que “a legislação brasileira proíbe que membros da cúpula do governo mantenham este tipo de negócio”.
Paulo Guedes afirmou que mantém a empresa aberta e não respondeu se fez alguma movimentação ou a natureza de uma possível operação do tipo. A assessoria do ministro também destacou que ele se desvinculou de toda a atuação no mercado privado, “nos termos exigidos pela Comissão de Ética Pública”.