A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 vai ouvir nesta quarta-feira (29) o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan. O empresário entrou na mira da CPI após as denúncias enviadas à comissão sobre a Prevent Senior, incluindo a suposta alteração do atestado de óbito da própria mãe, Regina Modesti Hang.
Na última quinta-feira (23), Luciano Hang afirmou que tinha “total confiança” nos procedimentos adotados pela operadora de saúde Prevent Senior e que fez tudo o que era possível para salvar a vida de sua mãe. Ele negou que ela tenha sido submetida a “tratamento preventivo” contra a Covid-19 e disse que a morte dela tem sido usada para ataques pessoais contra ele.
Em nota enviada ao R7, Luciano Hang disse ainda que não vai ficar calado diante das acusações. “Qual é o limite para a maldade humana, para a falta de caráter, de escrúpulos? Quando não têm argumentos, partem para o ataque da honra, da família e da própria mãe. Não vou aceitar tanta canalhice quieto.”
O empresário destacou ainda que sempre deixou clara a causa da morte de Regina Hang em diversas manifestações públicas e nas redes sociais. “Ela tomava dezenas de medicamentos diariamente, por isso não fizemos tratamento preventivo, aquele realizado antes de contrair o vírus”.
Vídeo com algema
Na segunda-feira (27), o empresário publicou um vídeo no seu Instagram usando uma algema. Hang afirmou que estará disponível durante toda a quarta-feira e que levará a algema ao Senado e entregará uma chave a cada senador para que o prendam caso não gostem do que ele disser.
No mesmo dia, o Relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL) criticou em seu perfil no Twitter, a postura do empresário. “Luciano Hang ensaia pastelão para encenar na CPI. Não adianta; só houve um Joaquin Phoenix (ator) no papel do Coringa e não há como imitá-lo. Terá que comparecer quarta-feira, dentro das regras do Senado, e responder pelos crimes de que é acusado. Ali não é picadeiro”, escreveu o senador.
Certidão de óbito alterada
Em depoimento à Comissão ontem (28), a advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da Prevent Senior, disse que a certidão de óbito de Regina Hang foi alterada. Ela confirmou também a informação antecipada pelo R7 na semana passada que Regina fez uso de medicamentos do “kit Covid”que são ineficazes no combate à doença.
“A causa do óbito da senhora Regina é desassociada da informação. Ela morre de falência múltipla dos órgãos, segundo o atestado de óbito, decorrente de um choque hemorrágico. Contudo, a evolução do prontuário mostra que ela foi internada por Covid, e, até o final, todas as doenças que ela teve decorrentes da internação estão relacionadas à Covid-19, o que infringe a determinação do Ministério da Saúde de informar a ocorrência desse fato em documentos públicos”, afirmou.