O vice-líder do Podemos no Senado, Oriovisto Guimarães, disse nesta sexta-feira que o ex-juiz Sergio Moro não leva em conta apenas questões políticas para a decidir se vai ou não ser candidato em 2022 – mas, principalmente, questões pessoais.
“São vários problemas que ele tem que resolver. Ele tem que resolver problemas com a família dele, ele é um homem que depende do salário dele para sobreviver, ele não é um homem que tenha muitos recursos, tá bem de vida, tem um bom salário, mas depende desse salário, teria que fazer um acerto com o empregador. Não é uma decisão fácil para ele”, explica.
Guimarães também afirmou que o foco de Moro é uma possível candidatura à Presidência, e negou que o ex-juiz tenha interesse em concorrer a outras posições. “Nunca tive nenhuma conversa em que ele manifestasse esse desejo. Nem ao Governo do Estado do Paraná, nem senador. Eu vejo muita especulação sobre isso”, destaca.
O senador, que é um dos principais entusiastas da candidatura de Moro na legenda, reforça: “Ele nunca disse sim, ele nunca confirmou a candidatura, mas ele também nunca disse não, ele nunca disse ‘não serei’. Enquanto ele não disser ‘não serei’, nós continuaremos”, finaliza.
Reuniões
No Brasil, Moro vai ter encontros com a cúpula do Podemos e com outros interlocutores para definir se entra ou não na política. Foram confirmadas agendas com a presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), e com os senadores Álvaro Dias (PR) e Oriovisto Guimarães (PR).
Nessa quinta, Moro esteve em Curitiba, onde mora a filha mais velha, que não acompanhou a família na mudança para os Estados Unidos.
Os locais e as datas das reuniões políticas entre Moro e interlocutores são mantidos em segredo. Os encontros podem acontecer em Curitiba, em São Paulo ou em Brasília, na próxima semana.
Para o futuro de Moro, há três possibilidades na mesa. A primeira é a candidatura à Presidência da República. Para a cúpula do Podemos, ele é o nome de terceira via com mais chance de vencer a polarização Bolsonaro-Lula.
A segunda possibilidade é a candidatura ao Senado, que pode ser tanto pelo Paraná quanto por São Paulo. Essa possibilidade guarda relação direta com o futuro político do senador Álvaro Dias, que encerra em 2022 o mandato de senador. Dias pode se candidatar novamente ao Senado ou ser o candidato do Podemos à Presidência, a exemplo do que ocorreu em 2022, cenário menos provável.
O terceiro caminho de Moro é optar por renovar o contrato com a consultoria Alvarez & Marsal, que vence em novembro. Diretor-executivo do escritório em Washington, ele presta consultoria em “compliance” a grandes empresas, usando os conhecimentos como juiz da Lava Jato e ministro da Justiça para ajudar os clientes a mitigar os riscos de fraude e corrupção.