Barco Cisne Branco recebe o certificado de Carbono Zero em Porto Alegre

Trabalho para diminuir o impacto ambiental das atividades foi iniciado 1999

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

O Cisne Branco, uma das mais tradicionais embarcações de Porto Alegre, recebeu nesta quinta-feira o certificado Carbono Zero pelo enfrentamento da crise climática. A distinção foi entregue pela Oscip Prima Mata Atlântica e Sustentabilidade, durante um passeio no barco Cisne Branco pelas Ilhas do Delta do Jacuí para convidados. O evento contou ainda com uma palestra do biólogo, especialista em Ciências Ambientais e coordenador da Prima Mata Atlântica, Ricardo Harduim.

Em 1999, o Cisne Branco iniciou um trabalho visando diminuir o impacto ambiental de suas atividades, com a inclusão de um tanque de tratamento de dejetos na embarcação, evitando poluir o Guaíba. Segundo Harduim, o Cisne Branco tomou a iniciativa em desenvolver um trabalho concreto de educação para a sustentabilidade, especialmente na área da consciência climática. “A crise climática é muito séria no planeta e já atinge todas as populações. Muitos podem sair do campo da lamentação e fazer ações como o Cisne Branco fez”, destacou.

A solenidade contou ainda com a presença de Flávio Ramires, instrutor de Navegação e Mergulho dos Navegantes do Sul, proponente do projeto Carbono Zero. Segundo ele, o Cisne Branco é o primeiro navio mercante de turismo náutico do Brasil com a certificação Carbono Zero.

Conforme Harduim, a Prima Mata Atlântica e Sustentabilidade preencheu uma planilha para identificar quantas toneladas de carbono e de gases do efeito estufa são emitidos para a atmosfera por conta do funcionamento da embarcação. “Vamos compensar com o plantio de árvores em função do processo fotosintético que consegue sequestrar o carbono da atmosfera. A ideia do projeto é compensar as emissões de carbono e elaborar um plano de educação ambiental com a equipe de funcionários do Cisne Branco para que a embarcação chegue mais próximo de não emitir carbono. Porém, aquilo que for emitido será compensado com o plantio de árvores”, ressaltou.

Neste primeiro momento, o plantio das árvores será realizado na fazenda Papucaia na cidade de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. “No mês de outubro, serão plantadas 15 árvores na fazenda como compensação da emissão de uma tonelada por conta do combustível (diesel) da embarcação e 800 quilos de gás carbônico pelo consumo de energia elétrica do barco no Cais de Porto Alegre.

Diversas ações pelo meio ambiente
A diretora do Cisne Branco, Adriane Hilbig, disse que o barco está fazendo parte de um projeto que está zerando a emissão de gases que é necessário para a sua a atividade comercial. Conforme ela, a iniciativa ambiental e de sustentabilidade já vem de longa data. “Além do tanque de tratamento de dejetos, que evita a poluição no Guaíba, fazemos a separação de lixo e preparamos os funcionários para cuidar do meio ambiente no longo prazo. Assim, geramos consciência na população. Por isso, receber o certificado nos deixa muito felizes e orgulhosos”, afirmou a diretora do Cisne Branco.

O Cisne Branco receberá o certificado por aplicar a metodologia “baixo carbono”, que consiste no levantamento dos itens de emissão de carbono da embarcação; no cálculo técnico das emissões de carbono por plataformas internacionais; em palestra de sensibilização ambiental para o staff; e no plantio de mudas de árvores para a devida compensação por meio do processo fotossintético. A concessão do certificado também faz parte da cooperação técnica do Grupo Cisne Branco com os Navegantes do Sul, que contempla ações contínuas de educação ambiental e responsabilidade social, dentro do que preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo Harduim, a Prima Mata Atlântica e Sustentabilidade espera que novas empresas no Rio Grande do Sul possam aumentar sua atenção com as práticas ambientais “Cada vez mais verificamos a ocorrência de eventos climáticos intensos, que afetam todos os países. O aquecimento global se agrava em função do aumento da temperatura, pois as emissões de carbono atingiram o nível mais alto da história. Esperamos que a certificação pioneira do Cisne Branco traga frutos e gere mais conscientização para os gaúchos”, acrescentou. O barco Cisne Branco, que entrou em operação em março de 1978, realiza passeios de quinta-feira a domingo em três horários: 15h, 16h30min e 18h pelas Ilhas do Delta do Jacuí e pela zona Sul de Porto Alegre. Na embarcação de três andares, é possível transportar 300 pessoas. O valor do ingresso é de R$ 40 por pessoa.

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