O diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, acusou ex-funcionários de roubar e adulterar dados de pacientes da operadora para “fabricar” denúncias contra a empresa. Batista Júnior presta depoimento na manhã desta quarta-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 para explicar estudos feitos pela Prevent Senior sobre a Covid-19.
A empresa é alvo de uma denúncia encaminhada à CPI por médicos que trabalharam na operadora durante o período mais agudo da pandemia. Segundo uma das denúncias levadas pelos profissionais à comissão, a rede teria limitado o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) no atendimento dos clientes, chegando a proibir o uso de máscaras em algumas situações.
A denúncia foi enviada à CPI em 24 de setembro por uma advogada do grupo de 12 médicos. O R7 teve acesso a uma análise do documento, que aponta ainda que o protocolo de testes adotado pela Prevent Senior teria sido acordado com assessores do governo federal. Conforme denunciado, a pesquisa supostamente pactuada entre o governo e a Prevent precisaria comprovar a eficácia de cloroquina e azitromicina no tratamento da covid.
A empresa também foi alvo de outra denúncia de ex-funcionários de esconder óbitos causados pela Covid e suas posteriores consequências. Segundo Pedro Benedito Batista Júnior, os médicos “manipularam” os dados após roubá-los da empresa.
“Médicos desligados em junho de 2020 manipularam dados de uma planilha interna, que era uma planilha de acompanhamento de pacientes para tentar comprometer a operadora. Esses profissionais então, já desligados, passaram a acessar e editar o referido arquivo, culminando no compartilhamento da planilha”, disse o diretor à CPI.
“Reitero que o dossiê entregue a essa Casa é uma peça de horror, realmente, produzido através de dados furtados de pacientes sem qualquer autorização expressa”, disse o diretor.
A CPI também tem indícios de que médicos foram ameaçados. Ex-funcionários relataram aos senadores durante uma reunião nesta terça terem sido ameaçados e entregaram documentos para corroborar as denúncias já apresentadas à comissão, além de áudios em que os médicos são ameaçados também chegaram aos senadores.