Dados do Imazon contradizem fala de Bolsonaro na ONU

Instituto anuncia que devastação da Amazônia, em agosto, atingiu o pior índice em 10 anos, com derrubada intensa no Pará

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU, na manhã desta terça-feira (21), o presidente Bolsonaro apresentou dados para o desmatamento da Amazônia que contradizem um dos principais órgãos especializados no tema, o Imazon, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Sem mencionar a fonte do dado, o presidente Bolsonaro declarou que houve “redução de 32% do desmatamento da Amazônia, no mês de agosto quanto comparado a agosto do ano anterior”.

De acordo com o Imazon, o desmatamento da Amazônia alcançou 1.606 km quadrados em agosto deste ano – o maior índice para o mês em 10 anos de acompanhamento feito pelo Instituto. A derrubada da floresta no bioma subiu 7% no mês, comparado ao mesmo período, em 2020. Segundo o Imazon, o desmatamento vem batendo sucessivos recordes nos 5 meses que antecedem agosto.

Os dados apresentados pelo presidente correspondem ao levantamento o Inpe, apresentado na última sexta e comemorados pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, houve queda de 33% no território desmatado (918 km2) na comparação com o ano anterior. O índice, no entanto, é quase o dobro do registrado em 2018 (473 km2), último levantamento do período que antecede o início da gestão de Bolsonaro.