Polícia Civil faz operação contra supostos “fura-filas” da vacina na zona Sul de Porto Alegre

Irregularidades teriam acontecido em apenas uma unidade de saúde

Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em razão da ofensiva. Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira (17), uma força-tarefa para obter informações sobre supostos casos de “fura-filas” na vacinação contra a Covid-19 em Porto Alegre. A operação, batizada de “Xepa – 1ª Dose”, percorreu 21 endereços na Capital – sendo a maior parte deles na zona Sul da cidade.

A suspeita é de que uma Unidade Básica de Saúde (UBS) tenha permitido que pessoas recebessem a primeira dose do imunizante antes do prazo definido pelas autoridades – que adotaram o critério de idade para a organização da campanha. O caso chegou até a polícia após uma denúncia anônima.

“Elencamos uma série de locais que poderiam fornecer elementos para ajudar a formar a conclusão da investigação. Os endereços eram tanto de pessoas que receberam doses, quanto de pessoas que trabalham na aplicação. A ação foi frutífera na coleta de elementos, identificamos que houve a aplicação de doses”, explica o delegado Gabriel Bicca.

As investigações sobre o caso continuam. Nas próximas semanas, os agentes vão cruzar as informações obtidas antes da operação com os materiais apreendidos por meio de ordens judiciais. Os suspeitos de envolvimento no caso serão ouvidos pelas autoridades – tanto no caso dos que receberam a vacina, quanto no dos que aplicaram.

“Agora, vamos trabalhar com nas oitivas, depoimentos e interrogatórios. Também com a análise desses documentos para submeter ao Poder Judiciário um inquérito robusto – com a conclusão da existência, ou não, de crime. Encontrando responsáveis, temos que ter um bom caderno de provas sobre as práticas ilícitas”, ressalta.

Investigação parecida terminou em prisões

Há cerca de um mês, a Polícia Civil pediu a prisão de quatro estudantes de medicina que receberam, indevidamente, dois tipos diferentes de vacinas contra a Covid-19. Primeiro, eles tiveram acesso a uma dose da CoronaVac – e, depois, voltaram a procurar o Sistema Único de Saúde (SUS) para receber a fórmula de Oxford/AstraZeneca.