RS admite possível atraso na 2ª dose com AstraZeneca em algumas cidades

Secretaria da Saúde aguarda complemento de remessa que completará esquema vacinal de quem deve tomar segunda dose até dia 23

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Algumas cidades do Rio Grande do Sul devem enfrentar desabastecimento de vacinas da AstraZeneca nos próximos dias, admitiu a Secretaria Estadual da Saúde (SES). O motivo é o atraso no envio de doses pela Fiocruz, que fabrica o imunizante no Brasil.

“O RS recebeu 39% das segundas doses da vacina AstraZeneca, referentes a uma remessa cujo intervalo da data de distribuição completa 12 semanas em 23 de setembro”, informou a SES à reportagem do Correio do Povo. A pasta reconhece, que, diante da situação, pode haver indisponibilidade em algumas cidades.

O situação se deu em razão do atraso na chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) à Fiocruz para a produção dos imunizantes. Nesse fim de semana, ao menos cinco estados relataram falta das doses: São Paulo, Rio Grande do Norte, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso do Sul.

A Fiocruz comunicou que a previsão é de retomar a entrega das vacinas ao Ministério da Saúde nesta terça-feira. A Fundação manteve a projeção de encaminhar 15 milhões de doses neste mês.

Ao menos por ora, a SES descarta a possibilidade de aplicar a vacina da Pfizer em substituição à segunda dose da AstraZeneca: “A SES segue as orientações do Plano nacional de Imunizações (PNI)”, enfatizou a pasta, em resposta ao Correio do Povo. A cidade de São Paulo começou a vacinar com Pfizer nesta segunda-feira quem tinha iniciado o ciclo com AstraZeneca. O PNI recomenda que as duas doses sejam do mesmo laboratório. Quem tomou as injeções elaboradas por fabricantes diferentes deve ser acompanhado para monitoramento de possíveis adversidades. No entanto, pesquisas indicaram que há segurança nessa medida.

Porto Alegre deve manter aplicações
Apesar do cenário, Porto Alegre não deve interromper a aplicação do imunizante, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Há, segundo a pasta, 16 mil doses em estoque neste momento, o que é considerado suficiente para manter a campanha.

Ministério vai reduzir o intervalo entre as duas doses
Nesta segunda-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queirga, afirmou que o intervalo entre as doses de AstraZeneca vai ser reduzido de 12 para oito semanas, a partir das aplicações realizadas na próxima quarta. No RS, desde julho é adotado o intervalo de dez semanas para o imunizante.

Mais cedo, o Ministério da Saúde informou, em documento, que estados e municípios que não seguirem as recomendações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 “poderão sofrer com falta de doses para completar os esquemas vacinais da população”.