A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou, nessa quarta-feira (1), mais 19 casos da variante Delta do coronavírus no Rio Grande do Sul. O resultado das amostras foi enviado ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), do Palácio Piratini, e eleva para 87 o número total de ocorrências da cepa de origem indiana em território gaúcho.
As ocorrências foram registradas em onze municípios diferentes: Porto Alegre, Alvorada, Bom Retiro do Sul, Cachoeirinha, Canela, Caxias do Sul, Esteio, Guaíba, Paraí, Santo Ângelo e Viamão. Além dos 87 casos confirmados, o Rio Grande do Sul soma 148 em investigação – totalizando 235 amostras recolhidas desde o sequenciamento da Delta.
No caso gaúcho, a análise da Fiocruz é feita após o sequenciamento parcial que é realizado pela vigilância genômica própria. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Rio Grande do Sul é, hoje, a única unidade federativa capaz de realizar o exame prévio das “variantes de preocupação”, elencadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Histórico
Os primeiros indícios de circulação da Delta em território gaúcho foram identificados em meados de junho. Em 19 de julho, a Fiocruz confirmou os dois primeiros casos da cepa no Estado – ambos em Gramado, na Serra. Como os pacientes não tinham histórico de viagem, a transmissão comunitária da cepa foi constatada imediatamente.
Desde então, já foram identificadas infecções em 28 municípios. Além das já mencionadas, constam na lista as cidades de Canoas, Capão da Canoa, Carlos Barbosa, Garibaldi, Itaqui, Nova Bassano, Novo Hamburgo, Panambi, Passo Fundo, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, São José dos Ausentes, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, e Triunfo.
Características
A principal característica da cepa indiana do coronavírus, já comprovada cientificamente, é a maior transmissibilidade. Essa linhagem também apresenta uma diminuição da eficácia dos anticorpos produzidos pelas vacinas, sendo que apenas uma dose (nos esquemas que preveem duas) pode ser pouco efetiva contra essa variação.
Por isso, foi reduzido o intervalo entre doses dos imunizantes da Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca, de 12 para 10 semanas, com o objetivo de acelerar a proteção da população. Quanto à gravidade, ainda não há evidências de que a Delta provoque sintomas mais, ou menos perigosos em relação às outras variantes.