Conta de luz: Aneel mantém nível 2 da bandeira vermelha e valor pode chegar a R$ 14

Sem melhora no abastecimento e diante da situação crítica das hidrelétricas, cobrança extra segue em setembro

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Sem sinal de melhora nas condições de abastecimento e diante da situação crítica dos reservatórios das usinas hidrelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, nesta sexta-feira, que o patamar 2 da bandeira vermelha, a mais cara, vai seguir vigorando nas contas de luz para o mês de setembro.

“Agosto foi mais um mês de severidade para o regime hidrológico do Sistema Interligado Nacional (SIN). O registro sobre as afluências às principais bacias hidrográficas continuou entre os mais críticos do histórico. A perspectiva para setembro não deve se alterar significativamente”, informou a agência, em nota.

A pior crise hídrica em 91 anos, conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), aponta para um aumento do valor desse patamar, que hoje está em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de consumo. A decisão deve ser anunciada pela reunião colegiada da agência na terça-feira, 31.

Conforme mostrou o R7 nesta sexta-feira, os reservatórios das usinas hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste vêm operando com apenas 22,53% da capacidade de armazenamento. Responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, os reservatórios registraram, em agosto, a pior média mensal de ocupação de toda a série histórica, iniciada em 2000.

Reajuste de 50% pode elevar adicional a R$ 14 

De acordo com informações apuradas pelo blog do Nolasco, do R7, o Ministério da Economia propôs um aumento de cerca de 50% no adicional da bandeira vermelha 2, que deve prevalecer por mais tempo – em vez de optar por um aumento maior, por menos tempo. Assim, o custo da geração de energia deve aumentar de R$ 9,49 para cerca de R$ 14 já a partir de setembro.

A bandeira tarifária é uma sobretaxa aplicada nas contas de luz quando o custo da geração de energia aumenta. O Ministério de Minas e Energia chegou a defender um aumento maior, na escala de 100%, na bandeira vermelha, mas por um tempo menor, de cerca de três meses. A equipe econômica, contudo, preferiu um aumento menor por mais tempo – o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia adiantado essa opção durante evento do qual participou nesta quinta-feira.

Ainda de acordo com o blog, o assunto já chegou à mesa do presidente Jair Bolsonaro e, internamente, acredita-se que a proposta da Economia deve ser aceita.