O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) confirmou, nesta quarta-feira (25), a condenação pela Justiça de Ivsem Gonçalves a 15 anos, três meses e 10 dias de prisão, em regime inicial fechado. O acusado, que é ex-coordenador de Finanças da Carris, respondia pelo crime de peculato, consumado 45 vezes, e lavagem de capitais, cometido 43 vezes, em razão do desvio de R$ 1,6 milhão da estatal.
A fraude foi descoberta pelo MP em maio de 2018, em operação desencadeada pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, sob coordenação do promotor Flávio Duarte. Segundo a investigação, Ivsem usou a sua posição e conhecimentos para induzir a diretoria da companhia ao erro, sucessivas vezes, no período entre agosto de 2015 e janeiro de 2017.
Para concretizar o golpe, o acusado chegou a usar dados e a identidade de uma criança morta na década de 1960. Ele apresentou documentos e formulários falsificados, como se emitidos pela procuradoria para a diretoria da Carris, que culminaram na efetivação de pagamentos comandados pelo setor financeiro, coordenado pelo próprio Ivsem. O departamento emitia cheques em benefício da criança, já falecida, e de terceiros.
Sanções
O réu terá que pagar uma multa, restituindo a Carris em pouco mais de R$ 1,7 milhão – valor fruto da correção monetária do IGPM e juros moratórios de 1% ao mês. O juiz decretou, ainda, o perdimento de bens apreendidos, incluindo os veículos Renault Fluence e Dodge Journey R/T, adquiridos com recursos obtidos da Carris, e joias. Ivsem poderá apelar em liberdade, mas deverá entregar o seu passaporte à Justiça.
