Justiça aceita denúncia e transforma mãe de Miguel em rés por morte da criança

Acusada vai responder por tortura, homicídio e ocultação de cadáver

Corpo da vítima, que teria sido jogado no Rio Tramandaí, está desaparecido desde julho. Foto: Reprodução/Redes Sociais

O juiz Gilberto Pinto Fontoura, da 1ª Vara Criminal de Tramandaí, aceitou nesta quarta-feira (18) a denúncia do Ministério Público contra a mãe de Miguel Santos Rodrigues, acusada de matar a criança em Imbé. Com isso, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, de 26 anos, se tornou ré elos crimes de tortura, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A pena máxima pode chegar a 41 anos.

A companheira de Yasmin, que também foi denunciada pelo Ministério Público no caso, teve o processo paralisado em razão da instauração de um “incidente de insanidade mental” Bruna Nathiele Porto da Rosa, de 23 anos, defende que não teve participação no assassinato – uma versão contestada pelas autoridades – e está no Instituto Psiquiátrico Forense. Uma análise deve determinar se ela pode, ou não, responder pelos crimes.

O corpo da vítima que teria sido jogado no Rio Tramandaí, está desaparecido desde 29 de julho. Yasmin, que confessou o crime logo no primeiro depoimento aos investigadores, e está na Penitenciária Feminina de Guaíba. Com o acolhimento da denúncia, a sua defesa receberá um prazo para a apresentação da defesa. As alegações dos advogados devem ser apresentadas à Justiça por escrito.

Júri popular

A acusação defende que as duas rés respondam como autoras, uma vez que teriam agido em conjunto ao cometerem os crimes. Os promotores do Ministério Público apontaram que a morte da criança teria sido planejada, e que o desejo das acusadas era construir uma nova família. Miguel não fazia parte destes planos.

Também há o entendimento de que as acusadas devem ser submetidas a um júri popular – no qual o Conselho de Sentença é formado por cidadãos, e não por especialistas. Esta prática é comum em casos de grande repercussão, como a morte de Bernardo Boldrini, em Três Passos, e o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria.

Relembre o caso

Yasmin admite que jogou o filho no rio Tramandaí. Em uma das perícias realizadas, a equipe do IGP encontrou sangue do menino em uma camiseta. Dados dos telefones celulares de ambas revelaram registros da rotina de maus tratos imposta a Miguel, bem como pesquisas sobre o que aconteceria com um corpo jogado ao mar.