Os profissionais que atuam na operação das linhas de transporte coletivo em Porto Alegre realizam, nesta quinta-feira (12), um protesto contra a possível privatização da Carris. O ato, que começou às 7h, deve se estender ao longo de toda a manhã – reduzindo a circulação nos corredores de ônibus das principais vias da cidade.
A principal queixa dos trabalhadores é a suposta falta de diálogo da prefeitura, que enviou um projeto de Lei à Câmara para desestatizar a empresa. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa), Sandro Abbade, afirma que as sessões híbridas no Legislativo prejudicam o acesso dos rodoviários aos vereadores.
“A prefeitura e os vereadores da base aliada estão sendo muito injustos com os trabalhadores, em não nos deixar participar da votação do projeto. Neste momento de pandemia, é algo inédito. A nossa mobilização é essa. Externar o nosso sentimento de repúdio quanto a isso, o nosso sentimento de revolta quanto à privatização da Carris”, ressalta o sindicalista.
Ao menos 200 rodoviários devem participar da “operação tartaruga”. A região central da cidade será a primeira a ser ocupada pelos manifestantes, que vão posicionar os veículos nos três principais eixos de acesso a Porto Alegre. A mobilização também vai afetar o trânsito da avenida Farrapos. Por volta das 9h, está prevista uma reunião em frente à sede da prefeitura da Capital.
“O MDB sempre esteve ao lado, junto da prefeitura. Se a Carris é deficitária, é por má gestão. O prefeito que saiu (Marchezan) colocou uma pessoa lá que começou a ter resultado. Agora, Melo faz um projeto com muitas pontas soltas, que não foi bem trabalhado e estudado, e tenta passar isso em um momento que não podemos nos defender”, opina Abbade.
Audiência pública
A Câmara de Vereadores realiza, hoje, uma audiência pública para tratar da venda da Carris. O projeto, que teria como objetivo eliminar os aportes feitos pelo Poder Público na estatal, que tem mais de 2 mil funcionários, será discutido a partir das 19h. A expectativa é de que o texto chegue ao plenário do Legislativo municipal nas próximas semanas.