Novas cultivares da Biotrigo são indicadas em reunião de pesquisa

Tecnologias com importantes avanços em rendimento e características de maior segurança no campo e ampla adaptação, estão aptas para cultivo a partir de 2022

A plenária final da 14ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT) aconteceu na última quinta-feira (29), com a aprovação de três novas cultivares de trigo da Biotrigo Genética. O evento reuniu mais de 300 pesquisadores, acadêmicos e todos os elos da cadeia tritícola com o objetivo de gerar, debater e atualizar novas tecnologias, visando o aumento da produtividade e qualidade nas culturas. De forma inédita, a reunião ocorreu no formato on-line entre os dias 27 e 29 de julho. A promoção do evento foi conjunta entre a Biotrigo e Fundação ABC de Ponta Grossa/PR, com apoio da Embrapa Trigo.

A Biotrigo, empresa de melhoramento genético de trigo, apresentou três cultivares e todas foram aprovadas pelo corpo científico da Subcomissão de Melhoramento, Aptidão Industrial e Sementes e validadas pelos representantes das empresas e entidades credenciadas na Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale. As recomendações de cultivo e manejo das cultivares aprovadas serão publicadas no livro “Indicações técnicas para trigo e triticale – safra 2022. Segundo o gerente de melhoramento genético da Biotrigo, Ernandes Manfroi, a ampliação e o alto investimento no programa de melhoramento da Biotrigo têm permitido selecionar e acelerar o lançamento de novos produtos com melhores características agronômicas, elevado rendimento e qualidade industrial. “Nossos lançamentos deste ano evoluíram muito em rendimento”. Ao todo, a empresa já desenvolveu mais de 30 cultivares de trigo para o plantio no Brasil. “Nossas linhagens, antes de serem lançadas, são avaliadas em mais de 50 locais do Brasil onde estão localizadas a nossa rede de ensaios. Também passam por testes de resistência às doenças em ambientes controlados e de qualidade industrial, na padaria experimental”, explica.

A primeira cultivar apresentada pelo melhorista na reunião ampliou o rendimento e a segurança na classificação de trigos para panificação. TBIO Trunfo é uma cultivar de porte médio e ciclo precoce que tem como objetivo principal unir produtividade e segurança para atender a demanda do mercado por trigos para panificação com alta segurança no campo, em especial para as regiões com risco de ocorrência de Giberela. Conforme Ernandes, possui elevada resistência às doenças de difícil controle, como Giberela e Brusone na espiga. “Podemos dizer que é uma cultivar que traz muita segurança ao agricultor por unir esses dois pontos de segurança, além de ser muito produtivo. Tem o melhor nível de resistência genética à Giberela com os menores níveis de DON no grão entre os trigos cultivados no Brasil”, ressalta. Além disso, a cultivar também tem um nível intermediário de resistência para doenças foliares e um excelente PH, o que garante maior segurança na hora da comercialização por parte do produtor. TBIO Trunfo é recomendada para as regiões RS I, RS II, SC I, SC II, PR I, PR II, PR III, SP II e MS III. Está em multiplicação nesta safra e chega para o produtor de trigo no ano que vem. Confira aqui mais informações.

Uma das cultivares, TBIO Blanc, amplia as opções de trigos para projetos especiais. Com farinha forte e branqueadora, atende demanda importante na cadeia de trigo que vem crescendo nos últimos anos. Segundo Manfroi, o trigo branqueador tem alto valor no mercado pois é utilizado pela indústria na mescla com trigos duros para corrigir a cor da farinha doméstica ou para panificação, produzindo produtos com coloração mais clara, além de, no caso de Blanc, entregar maior força de glúten. O lançamento se destaca entre os trigos branqueadores pelo alto rendimento. “TBIO Blanc é um upgrade da cultivar TBIO Noble, cultivar consolidada neste mercado desde 2015 e que também é branqueadora. Um importante avanço nesta segunda cultivar foi ampliar o rendimento, além da melhoria de manejo e a segurança no campo, com maior nível de resistência às doenças, que TBIO Blanc traz para esse mercado de trigos branqueadores”, destaca. A cultivar de ciclo médio-tardio traz também maior resistência à Brusone, germinação na espiga e estabilidade de PH. O cultivo está recomendado para as regiões RS I, RS II, PR I, PR II e PR III. Estará disponível para multiplicação de sementes em 2022.

A terceira cultivar apresentada, TBIO Calibre, se diferencia entre os trigos de ciclo superprecoce pelo elevado potencial de rendimento de grãos, atendendo a demanda brasileira de produção em larga escala com qualidade. Calibre possui classificação pão/melhorador e tem como pontos fortes o alto teto produtivo, associado a um tipo agronômico moderno e ampla adaptação, sendo recomendado do Sul do país ao Cerrado (irrigado). Segundo Ernandes, a cultivar tem um bom nível de resistência a doenças foliares e uma excelente resistência à germinação na espiga. “São qualidades que atendem às demandas do produtor, os requisitos dos moinhos e as exigências do mercado consumidor”. A previsão é de que a cultivar esteja zoneada para semeadura em todas as regiões tritícolas do país no ano em que chegar até os produtores. TBIO Calibre entra em multiplicação de sementes na safra 2022.

Livro de recomendações

Todas as recomendações das cultivares da Comissão serão reunidas e publicadas no livro “Indicações técnicas para trigo e triticale – safra 2022. A publicação, que será distribuída gratuitamente na forma impressa e disponibilizada também no site da Reunião de Trigo, terá também as informações técnicas desde a semeadura até a colheita, com dados atualizados sobre quantidade de sementes, adubação, controle de pragas e doenças, manejo de plantas daninhas, entre outros. A previsão é que a publicação esteja disponível para o setor produtivo até o final de 2021.

 

AI Biotrigo