Quarto dia de buscas a menino desaparecido em Imbé tem como foco a beira das praias

Mãe da criança confessou ter jogado a vítima no leito do Rio Tramandaí

Foto: Renato Dias/Correio do Imbé/Reprodução

Após três dias de mobilização no mar e no rio Tramandaí, os bombeiros que buscam o menino que teria sido dopado e jogado nas águas pela própria mãe mudaram o foco da operação nesta segunda-feira (2). Agora, as equipes se dedicam em varreduras à beira da praia, percorrendo 90km de distância na orla do Litoral Norte.

O efetivo foi dividido em três, e cada um dos grupos tem como base uma cidade diferente (Tramandaí, Capão da Canoa e Torres). “Ficamos na areia com drones e viaturas. Qualquer movimentação, ou objeto estranho, é examinado de perto pelos agentes”, explica o tenente Elísio Lucrécio, comandante da operação e dos bombeiros de Tramandaí.

A avaliação é de que as condições do mar estão mais propícias às buscas neste início de semana. Entretanto, a cor da água, que está barrenta, dificulta a observação. “Como as correntes marítimas estão há muito tempo de Sul para Norte, a tendência é de que ele (o corpo) esteja indo em direção ao Norte do Estado”, conclui Lucrécio.

Investigações

Ontem, a Justiça autorizou a prisão temporária da companheira da mãe da vítima. A mulher tem 23 anos e possui transtornos neurológicos, fato que impediu a sua detenção imediata após a constatação do possível assassinato. Entretanto, vídeos encontrados em seu celular revelaram que ela participava da tortura física e psicológica ao menino.

As autoridades ainda não têm certeza de que a criança estava morta quando foi jogada na água. Entretanto, o fato dela ter sido medicada reduz ainda mais as esperanças de que a vítima seja encontrada com vida. A principal acusada do crime tem 26 anos e segue presa desde a noite da quinta-feira.

De acordo com a polícia, a mãe da criança deverá ser indiciada por homicídio qualificado (meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima) com majorante (praticado contra pessoa menor de 14 anos) e agravante (cometido contra descendente), ocultação de cadáver e resistência.