Galpão da Cinemateca está sem auto de vistoria, dizem bombeiros

Instituição vai ter prazo de 180 dias para a regularizar a situação

Cinemateca Brasileira | Foto: Reprodução / Instagram / R7

O galpão da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, consumido por um incêndio de grandes proporções na quinta-feira não conta com Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, informou a corporação nesta sexta-feira. Advertida, a Cinemateca vai ter prazo de 180 dias para a regularizar a situação com o Departamento de Segurança e Prevenção Contra Incêndio da corporação.

Risco de incêndio

Abandonada pelo governo federal, a Cinemateca tinha risco de perder todo o acervo por falta de recursos financeiros, segundo documento do Ministério Público Federal (MPF) elaborado em julho de 2020, que já advertia sobre riscos de incêndio, “principalmente em relação aos filmes de nitrato.”

Uma ação civil pública movida pelo MPF, em julho de 2020, contra a União, pede a viabilização da gestão e preservação da Cinemateca. Na ocasião, ela não recebia recursos financeiros desde dezembro do ano anterior, 2019. O impasse aconteceu após o término do contrato de gestão com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que não foi renovado.

No documento, o MPF pedia a extensão do contrato, de forma emergencial, por mais um ano, alegando que a não renovação havia contrariado normas técnicas do próprio governo federal. A decisão de não renovar o contrato partiu do Ministério da Educação (MEC), que à época era ocupado por Abraham Weintraub.

Em abril de 2021, os trabalhadores da Cinemateca publicaram um manifesto, apontando que desde o fechamento do órgão, em agosto de 2020, “não há corpo técnico contratado, o acervo segue desacompanhado e não há qualquer informação sobre suas condições”.