Fiocruz: Casos de síndrome respiratória tendem a cair no RS, mas Porto Alegre preocupa

Capital gaúcha mantém nível de transmissão comunitária considerado extremamente elevado

Taxa de isolamento caiu após Prefeitura permitir reabertura parcial do comércio em Porto Alegre | Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo
Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo

Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) apresentaram tendência de queda, nesta semana, em 12 unidades federativas, incluindo o Rio Grande do Sul, enquanto apenas o Acre manteve probabilidade de alta. As projeções foram divulgadas hoje pelo Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os quadros graves de síndrome respiratória vêm sendo acompanhados pelos pesquisadores como um parâmetro para indicar a evolução da pandemia de Covid-19, já que 96% dos casos positivos para vírus respiratórios envolvem hoje o SARS-CoV-2.

Alagoas, Roraima, Piauí, Tocantins e Sergipe são os estados com a mais forte probabilidade de queda nos casos de coronavírus. Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul também tendem a apresentar queda, porém com menor probabilidade.

O boletim divulgado hoje mostra que a maior parte do Brasil registra tendência de estabilidade para os casos de SRAG. Já entre as capitais, o maior grupo, com 14 regiões metropolitanas, é o que apresenta tendência de queda.

Apesar do cenário, o boletim aponta tendência de alta nos casos de SRAG para Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco e Rio de Janeiro.

Os pesquisadores repetem o alerta de que, mesmo entre as cidades com tendência de queda ou estabilidade, o patamar de casos e óbitos se mantém elevado. Em todas as regiões com capitais, a transmissão comunitária do SARS-CoV-2 ainda é considerada alta, muito alta ou extremamente alta.

Isso significa que o contágio entre membros de uma mesma população se dá sem depender de viagens ou da chegada de pessoas contaminadas vindas de outros locais.

O nível de transmissão comunitária é considerado extremamente elevado em Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Macapá, Porto Alegre e São Paulo.

O coordenador do InfoGripe Marcelo Gomes avalia que esse cenário deve manter o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, com tendência de agravamento nas próximas semanas caso não haja nova mobilização por parte das autoridades e população locais.